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5 fatos sobre Leila Pereira, mulher forte do Palmeiras

Presidente do Palmeiras está escrevendo história como mulher dentro do comando de um clube de futebol

7 abr 2022 - 08h00
(atualizado às 10h09)
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Quando o árbitro Raphael Claus apitou o fim de jogo no último domingo, 3 de março, a torcida do Palmeiras comemorou com entusiasmo a conquista do título do Paulistão. Mas a vitória, com ares de virada histórica, teve uma marca especial - e não apenas pelos 4 x 0 aplicados contra um dos grandes rivais, São Paulo, por ser o 24º título estadual do clube, ou por solidificar o trabalho do treinador Abel Ferreira.

Ela representa a quebra de um tabu.

Leila Pereira, recém-eleita presidente do clube, ou “Tia Leila”, como é carinhosamente chamada pelos torcedores, se tornou a primeira presidente mulher a erguer a taça do Campeonato Paulista, estadual mais antigo do Brasil.

Primeira mulher presidente do Palmeiras e primeira mulher a erguer a taça do Paulistão, Leila Pereira escreve seu nome da história do futebol
Primeira mulher presidente do Palmeiras e primeira mulher a erguer a taça do Paulistão, Leila Pereira escreve seu nome da história do futebol
Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Para corroborar com o potencial da mandatária de um dos clubes mais importantes e vitoriosos do Brasil, o Papo de Mina listou cinco fatos sobre sua vida e carreira. Confira:

1. Pioneirismo além do Paulistão

Ao receber 1.897 votos dos associados, em novembro de 2021, Leila Pereira se tornou a 40ª presidente da história do clube, e a primeira mulher a ocupar o cargo.

“Em 107 anos de história desse time gigante, ser eleita como a primeira mulher presidente do clube é uma honra. Gostaria de ser inspiração, não só para as mulheres, mas para todas as pessoas. Fico muito honrada de servir de inspiração para as mulheres e para todos que batalham e são determinados. Mulheres do meu Brasil e do mundo, nós podemos o que quisermos”, disse, à época.

Ela já fazia parte, desde 2017, do quadro de conselheiros, e acumula a função de patrocinadora do clube, por estar à frente também da Crefisa e da Faculdade das Américas (FAM).

Nos quase quatro meses de comando, porém, o Paulista não foi seu primeiro título. Em 2 de março, após vitória contra o Athletico Paranaense, o alviverde venceu a Recopa Sul-Americana, e Leila se tornou a primeira presidente mulher campeã internacional na América do Sul.

2. Jornalista de formação

Além de presidente do Palmeiras, da Crefisa e da FAM, marcas mais conhecidas do público, Leila é gestora de outras 11 empresas que fazem parte do grupo fundado pelo seu marido, o empresário José Roberto Lamacchia. 

Mas antes de pensar em ser “empresária de sucesso”, Leila cursou Jornalismo, e estagiou na extinta TV Manchete - foi lá, inclusive, que se aproximou do esporte.

Depois de um tempo, já casada com Lamacchia (com quem está desde os 18 anos), optou por outra faculdade: Direito.

Foi nos anos 2000 que ela passou a seguir os passos do companheiro, e mais recentemente, assumiu a presidência das organizações.

3. Fortuna

Os números não são escancarados ao público, mas é sabido que Leila é uma das mulheres mais ricas do País e já admitiu que dinheiro traz, sim, felicidade.

A estimativa é que o valor de sua fortuna beire de torno de R$ 3,6 bilhões. Quantos jogadores daria para o Palmeiras contratar?

José Roberto Lamacchia, marido de Leila, disse em entrevista à ESPN, no ano passado, que, desde 2015, a Crefisa injetou mais de R$ 1 bilhão no Palmeiras. Uma pequena prova de como há muito dinheiro envolvido nas empresas relacionadas à presidente do alviverde.

Entre os xodós da mandatária está o seu avião particular, um Falcon 8X, de matrícula PR-JRY, que vale 59 milhões de dólares, ou em torno de R$ 300 milhões, e foi responsável por levar a diretora para a final do Mundial de Clubes, em Abu Dhabi.

Quem se beneficiou do jato foi Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Em março de 2021, ainda como conselheira do clube, ela emprestou o avião para que o português visitasse sua família. 

"Quando eu soube da dificuldade do Abel em viajar para Portugal, ofereci nosso avião. Fico muito feliz em poder contribuir para que nosso técnico encontre sua família em um momento tão complicado para todos nós", disse Leila à época.

4. Vasco ou Palmeiras

Apesar de toda a atual identificação com o clube, Leila Pereira não nasceu torcedora do Palmeiras. Natural de Cambuci (norte do estado do Rio de Janeiro), e criada em Cabo Frio (também no Rio), há quem aposte que ela é, na verdade, torcedora do Vasco da Gama.

“Meus irmãos eram vascaínos por causa do meu pai, mas eu não era nada. Não sou vascaína. Nunca fui. Não era nada até que conheci o meu marido”, esclareceu, em entrevista ao O Globo.

A paixão pelo Palmeiras veio, então, junto à paixão por Lamacchia. Foi ela quem propôs e incentivou que o marido, fundador da Crefisa, passasse a patrocinar o clube. Um casamento que todos os torcedores desejam…

5. Machismo

Ainda que esteja na posição mais importante de um dos clubes mais vencedores da história do futebol brasileiro, e atual campeão da Libertadores, da Recopa e do Paulista, por exemplo, Leila Pereira é alvo de críticas única e exclusivamente por ser mulher.

Uma discriminação que ela dizia não sentir no futebol, segundo declaração feita ao programa Bola da Vez, da ESPN, em 2017. No ano seguinte, infelizmente, como conselheira, o discurso mudou, e hoje, como presidente, afirmou estar pior:

“Acho que eles se sentem incomodados com uma mulher com tanto poder dentro do Palmeiras. Aceito as críticas e sugestões, mas a decisão é minha. Acho que aí é que entra o preconceito. Como pode uma mulher bater firme e dizer: ‘eu respeito a sua opinião, mas a caneta é minha?’”, disse ao Globo.

Papo de Mina
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