5 fatos sobre o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil
Direito ao voto feminino no país completa 90 anos nesta quinta-feira (24)
Embora o direito ao voto feminino seja visto como uma concessão do governo do presidente Getúlio Vargas (1882-1954), ele foi o resultado de muita luta por parte de mulheres e homens desde a Constituinte de 1891. Conheça alguns fatos sobre essa conquista:
1 - O veto ao direito de votar se baseava na percepção de que as mulheres não tinham maturidade nem discernimento em relação à política. Até revistas conhecidas como "O Cruzeiro" encampavam a ideia de que o sexo feminino era sinônimo de futilidade e pouco raciocínio.
2 - O Brasil passou à frente de países como França e Suíça, cuja concessão ao direito ao voto feminino ocorreu em 1944 e 1971, respectivamente, mesmo com o assunto no centro das discussões europeias.
3 - A indigenista e sufragista baiana Leolinda Daltro (1859-1935) foi uma das pioneiras na defesa do voto feminino. Em 1910, fundou o Partido Republicano Feminino e, sete anos depois, liderou uma passeata para reivindicar a participação das mulheres na política. Por sua luta e pelas ideias avançadas, recebeu o apelido pejorativo de "Mulher do Diabo".
4 - A bióloga carioca Bertha Lutz (1894-1976) foi o nome mais representativo nessa batalha. Não satisfeita com o voto assegurado pelo Código Eleitoral, ela lutou para que o direito também contasse na Constituição de 1934. Decidiu se formar em Direito para defender as mulheres e elegeu-se deputada federal em 1933, mesmo ano em que criou a União Profissional Feminina e publicou "A nacionalidade da mulher casada".
5 - Em algumas obras, seu sobrenome aparece como “Mattos Dillon”; em outras, surge como “Sousa Matos”. O fato é que documentos históricos apontam a dentista baiana Isabel (1861-1920) como a primeira brasileira a exercer efetivamente o direito de voto. Em 1885, ela teria obtido autorização para participar das eleições como eleitora pelo artigo 4º da Lei Saraiva, que autorizava o voto aos habilitados com diplomas científicos ou literários.
Fonte: Mônica Karawejczyk, historiadora e autora de "As filhas de Eva querem votar: uma história da conquista do sufrágio feminino no Brasil" (ediPUCRS).