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8 mulheres para assistir no Primavera Sound SP

Dias antes do festival, que acontece pela primeira vez no Brasil, listamos nomes nacionais e internacionais para você prestar atenção

3 nov 2022 - 08h34
(atualizado em 7/12/2022 às 18h37)
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Após 20 anos de existência ao redor do globo, o Primavera Sound finalmente desembarca em São Paulo. O festival, que visa destacar nomes consagrados e novos da música, chega por aqui com um line-up marcado por uma mistura de sons e tendências, como indie, funk, rap e dance music.

Foto: Divulgação/Divulgação / Elástica

Marcado para os dias 5 e 6 de novembro no Distrito Anhembi, o evento conta com 5 palcos diferentes. São eles: Palco Beck's, Palco Primavera, Palco Elo, BITS e Auditório Barcelona. A estrutura, por sua vez, foi pensada para garantir a acessibilidade para as Pessoas com Deficiência (PCD) e proporcioná-las uma experiência única por meio de rampas de acesso, intérprete de libras, audiodescrição e espaço VIP.

Além disso, a escolha de nomes femininos chama atenção: são 54 mulheres se apresentarão, reforçando a equidade de gênero na grade da programação. Pensando nisso, listamos oito participantes que você não pode deixar de ouvir para se preparar para a festa. Confira:

Tasha & Tracie

As gêmeas Tasha e Tracie são, sem dúvida, a dupla revelação deste ano. Jovens de 26 anos com origem da Zona Norte de São Paulo, de Trindade e do Jardim Peri, as artistas começaram a carreira como blogueiras e ativistas. Atualmente, são DJ's, MC's, estilistas, produtoras culturais e diretoras de arte. Com foco na música, elas unem o rap com o funk em suas faixas e abordam diversos temas ligados à cultura negra, vivência periférica e ostentação. 

A mistura do rap com o funk, características do brime, marca o estilo das artistas que trazem influência do dancehall, drill, trap, gangsta rap e grime. Além do rolê pela noite na quebrada trazidos pelos elementos afetivos, Tasha e Tracie cantam sobre o foco em seu trabalho, se posicionam como mulheres que sabem o que quer e rimam abertamente sobre sexo e prazer. "Cantamos para que as minas se priorizem, principalmente as mais novinhas", diz Tracie, em entrevista à Elástica . "Esse negócio de ser agressivo é para tomar o bagulho para gente. Porque os caras nos colocam em uma situação de sexualização que a gente fala tá bom, somos cadela, então vamos sexualizar mesmo, a ponto de ser tão agressivo que eles ficam com medo", completa.

Jup do Bairro

Jup começou sua trajetória na arte ainda na adolescência, época em que sentimos a necessidade de pertencimento e da busca pelo nosso lugar no mundo. "Era uma espécie de terapia barata. Escrevia para me ouvir e, com isso, fui entendendo que corpo era mente e que, a partir dali, poderia me sentir pertencente a algo", revela. O sonho cresceu e, ao se juntar com a artista Linn da Quebrada, nasceu o disco Pajubá, que rendeu sua primeira saída do país e o filme "Bixa Travesty". 

Mas só em 2020 é que nasce seu primeiro álbum solo, Corpo Sem Juízo, que além de contar sua vivência como mulher trans da periferia, questiona o lugar de corpos dissidentes na sociedade. "Um exercício que tenho feito com meu público é trazer a importância da construção de pensamento conjunto. Não trago verdades absolutas, mas pensamentos que precisam ser construídos", diz. "Se a gente falar a fundo sobre representatividade, não represento ninguém além de mim mesma. Não falo por todas as travestis, nem por todos os corpos pretos. Isso também é uma forma de o capitalismo desumanizar a gente." 

Josyara

A cantora, compositora e instrumentista baiana Josyara acabou de lançar seu novo disco, ÀdeusdarÁ. Com a voz firme e suave, ela canta acompanhada de seu violão percussivo e letras que falam de amor, religião e ancestralidade. "O meu segundo disco é um recorte das questões que temos enfrentado, como a desigualdade social, o racismo e a intolerância religiosa", diz. "Comecei as composições em 2020, durante a pandemia, então há músicas que também falam de esperança, da luz no fim do túnel."

A necessidade de colocar para fora suas inquietudes e dizer o que ama é o que a instiga a criar. E ela está sendo ouvida: já levou os troféus de Melhor Instrumentista e o Escuta As Minas, categoria que revela novos talentos do WME Awards. "O candomblé e a umbanda, religiões de matriz africana, são temas que eu canto porque cresci em Salvador e nossa música parte dos terreiros. Canto para agradecer todas essas forças invisíveis que nos regem", revela. 

Phoebe Bridgers

A cantora, compositora, guitarrista e produtora estadunidense estreou no mundo da música em 2017, com o primeiro álbum de estúdio, Stranger in the Alps. Mais tarde, em 2020, ela lançou Punisher, que lhe rendeu reconhecimento da crítica e do público, além de quatro indicações ao Grammy. 

Suas letras sentimentais e sua voz melancólica dão o tom para temas do cotidiano, como vulnerabilidade, incertezas da vida adulta e relacionamentos. Para além dos palcos, a cantora também é ativa ao defender os direitos das mulheres e da democracia. Neste ano, em meio a revogação do direito ao aborto pela Suprema Corte dos Estados Unidos, ela revelou em suas redes que realizou a interrupção de uma gestação durante sua turnê em outubro de 2021 e que "todo mundo merece esse mesmo acesso".

Jessie Ware

Se sua vontade é viver a era de ouro das pistas de dança, Jessie Ware é a escolha certa para a sua playlist. Seu último álbum, What's your pleasure? , lançado em 2020, nos remete às roupas coloridas, maquiagens brilhosas e coreografias divertidas dos anos 80. O disco conquistou públicos ao redor do mundo todo e rendeu a primeira indicação de Jessie a categoria álbum do ano no Brit Awards.

Em agosto deste ano, a artista soltou um novo single, "Free Yourself'', que marca uma nova era e fala sobre a força de assumir quem você é. O clipe, por sua vez, dá mais potência à letra ao mostrar Jessie e seus dançarinos se despindo - deixando o lugar mais criativo e cheio de cor.

Céu

A cantora teve sua estreia em 2005 com o disco homônimo Céu, que lhe rendeu reconhecimento nacional e internacional - foi uma das primeiras brasileiras a ser indicada ao Grammy Awards. Em 2016, lançou o álbum mais aclamado de sua carreira, "Tropix", que a consolidou como uma das artistas mais importantes da atualidade.

Seu último álbum, Um gosto de sol, tem releituras de ídolos musicais que vão do bossa-novista João Gilberto à sedimentadora do pop sofisticado oitentista Sade. Para render um resultado diferente e impecável, ela juntou um time improvável de músicos: o guitarrista Andreas Kisser, do Sepultura, responsável pelo violão de sete cordas de todas as faixas, o baixista Lucas Martins e o baterista e parceiro musical e de vida Pupillo, também produtor do álbum. Colaboraram também Emicida, Russo Passapusso, do BaianaSystem, e DJ Nyack.

Acostumada a viver fora da zona de conforto, Céu encontrou na música o seu refúgio para lidar com a pandemia, o governo Bolsonaro e a sensação de luto eterno causada pela covid-19. "Eu demorei alguns discos autorais para contar quem eu era como compositora, do rolê que eu tenho, sou paulistana e multicultural, da cidade que tem essa pluralidade", diz em entrevista à Elástica.

Japanese Breakfast 

Japanese Breakfast é uma banda pop alternativa liderada por Michelle Zauner, artista que une a cultura norte-americana e coreana. O projeto, que tem um som marcado por guitarras distorcidas e lo-fi, começou em 2013 e o primeiro álbum de estúdio, nomeado Psychopomp, foi lançado em 2016. 

Mas foi em 2014 que a artista viveu uma reviravolta na vida: sua mãe faleceu de um câncer e ela passou por um longo processo de luto - que refletiu em todo seu processo criativo. Para além da música, Zauner se dedicou à culinária e escreveu um livro, Aos Prantos no Mercado, que chegará às prateleiras do Brasil pela editora Fósforo no dia 17 de novembro. Na narrativa, a protagonista atravessa o luto pela morte precoce da mãe e libera o choro represado ao percorrer as prateleiras do mercado coreano H Mart, em Nova York. A edição em português tem tradução de Ana Ban e ilustração da capa de Ing Lee.

MC Dricka

Mc Dricka, considerada um dos nomes em ascensão do funk nacional, começou a cantar com apenas 12 anos no coral da igreja. E apesar de crer em Deus, hoje se afastou da religião - mas acredita que a instituição abre portas para quem não tem como bancar o aprendizado de novos instrumentos. " Não é tão fácil achar uma escola de ca nto com um preço acessível ou gratuita. E a igreja é um lugar o nde as pessoas da periferia co nseguem apre nder de uma forma boa e sem pagar. Foi lá que eu tive a  noção do que é ca ntar", diz à Elástica. " O começo foi muito proveitoso porque aprendi muito, descobri coisas novas e trabalhei demais para chegar até aqui."

A cantora quebra barreiras com letras sobre empoderamento feminino, mas com uma linguagem que se assemelha a de MCs homens. "Ai nda tem quem fale que o fu nk objetifica a mulher, mas meu fu nk fala sobre o que as mulheres gostam e querem para si. Todas as mi nhas músicas falam que quem sai apaixo nado,  na verdade, é o cara - porque as mulheres são muito poderosas", comenta. 

No ano passado, seu nome ficou conhecido ao redor do mundo: estampou o telão da Times Square, em Nova Iorque, e participou do projeto Colors, canal que reúne sons de grandes nomes da música internacional. E isso mostra que a cultura brasileira é múltipla e que o gênero tende a crescer ainda mais. " O pri ncipal desafio é ser aceita, porque o Brasil tem essa ma nia de gostar muito do que é de fora e valorizar pouco quem faz o corre de dentro . Mas vão ter que me aceitar", conclui.

Elástica
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