81,1 mil mulheres foram assassinadas em 2021, diz relatório da ONU
Dados mostram que 56% foram mortas por pessoas conhecidas, como o marido, algum membro da família ou um companheiro
Nesta quarta-feira (23), foi divulgado um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que mostra os números de feminicídio no mundo. Em 2021, ocorreram 81,1 mil assassinatos de mulheres. Desse total, 56% foram mortas por pessoas conhecidas, como o marido, algum membro da família ou um companheiro.
De acordo com os dados, mais de cinco mulheres foram assassinadas por hora por um familiar em 2021. Os números são considerados "elevados e alarmantes" pelos departamentos das Nações Unidas para as Mulheres e para o Crime, principalmente porque o número real dos assassinatos pode ser muito maior.
Quatro em cada dez mortes de mulheres em 2021 não foram consideradas feminicídios por insuficiência de provas, segundo a ONU. O número mais alto de feminicídios praticados por familiares são do continente asiático, com 17,8 mil mortes, mas é na África que as mulheres correm mais perigo de serem assassinadas por membros da família.
No continente africano, a taxa de homicídios baseados no gênero em ambiente familiar é de 2,5 para cada 100 mil pessoas do sexo feminino. Maior do que o número do continente americano (1,4), Oceania (1,2), Ásia (0,8) e Europa (0,6).
Em 2020, a pandemia de covid-19 coincidiu com um grande aumento de feminicídios na América do Norte e no sul da Europa. Em 25 países desses dois continentes, o número de mortes praticadas por outros familiares que não são os maridos ou companheiros das vítimas também aumentou, segundo relatório da ONU.
No ano passado, dos 45 mil feminicídios praticados pelos familiares das vítimas, 17,8 mil foram na Ásia, 17,2 mil na África, 7,5 mil na América, 2,5 mil na Europa e 300 na Oceania.
Ghada Waly, diretora executiva do gabinete da ONU para as Drogas e Crime, disse: "Nenhuma mulher ou criança deveria recear pela sua vida por serem quem são. Para travar todas as formas de assassinatos relacionados com o gênero feminino, necessitamos contar cada vítima e compreender melhor os riscos e causas dos feminicídios".