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A atleta olímpica morta após ser incendiada por ex-namorado

A ugandense Rebecca Cheptegei, de 33 anos, foi encharcada com gasolina depois de voltar da igreja para casa.

5 set 2024 - 07h01
(atualizado às 08h14)
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Rebecca Cheptegei, fotografada correndo em 2023, ficou em 44º lugar na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Rebecca Cheptegei, fotografada correndo em 2023, ficou em 44º lugar na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Foto: Dylan Martinez/Reuters / BBC News Brasil

A atleta olímpica Rebecca Cheptegei morreu dias após ser encharcada com gasolina e incendiada por um ex-namorado.

A maratonista ugandense de 33 anos, que competiu recentemente nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, sofreu queimaduras extensas após o ataque no último domingo, 1º.

As autoridades no noroeste do Quênia, onde a atleta morava e treinava, disseram que ela foi atacada após voltar para casa da igreja com as duas filhas.

Um boletim de ocorrência registrado por um administrador local alegou que a atleta e o ex-parceiro estavam brigando por causa de um lote de terra. A polícia afirmou que uma investigação está em andamento.

Há uma preocupação em relação ao aumento dos casos de violência contra atletas do sexo feminino no Quênia — Cheptegei é a terceira a ser morta desde outubro de 2021.

Em conversa com jornalistas, o pai dela, Joseph Cheptegei, disse que havia perdido uma filha que era "muito solidária" — e pediu ao governo do Quênia que garantisse que justiça fosse feita.

Owen Menach, chefe do Hospital Universitário e de Referência Moi, na cidade de Eldoret, onde a atleta foi atendida, afirmou à imprensa local que ela morreu após falência de todos os órgãos.

"Estamos profundamente tristes em anunciar o falecimento da nossa atleta, Rebecca Cheptegei, no início desta manhã, que tragicamente foi vítima de violência doméstica. Como federação, condenamos tais atos e pedimos justiça. Que sua alma descanse em paz", afirmou a Federação de Atletismo de Uganda, em uma publicação no X (antigo Twitter).

O ex-namorado de Rebecca Cheptegei também deu entrada no hospital — mas com queimaduras menos graves. Ele ainda está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas sua condição estava "melhorando e estável", segundo Menach.

"O casal foi ouvido brigando do lado de fora da casa. Durante a discussão, o namorado foi visto derramando um líquido na mulher antes de queimá-la", informou o chefe de polícia local, Jeremiah ole Kosiom, citado pela imprensa.

Cheptegei venceu o Campeonato Mundial de Corrida de Montanha e Trilha na Tailândia em 2022
Cheptegei venceu o Campeonato Mundial de Corrida de Montanha e Trilha na Tailândia em 2022
Foto: Federação de Atletismo da Uganda / BBC News Brasil

"Foi um ato covarde e insensato que levou à perda de uma grande atleta. Seu legado vai continuar a perdurar", afirmou o presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, no X.

Rebecca Cheptegei, que é de uma região em Uganda próxima à fronteira, teria comprado um lote de terra no condado de Trans Nzoia, no Quênia, e construído uma casa, para ficar perto dos vários centros de treinamento de atletismo do país.

No início da semana, o pai da atleta disse a jornalistas que estava rezando "por justiça" para a filha, acrescentando que nunca tinha visto um ato tão desumano em sua vida.

Cheptegei terminou em 44º na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ela também ganhou ouro no Campeonato Mundial de Corrida de Montanha e Trilha em Chiang Mai, na Tailândia, em 2022.

A morte dela acontece dois anos após os assassinatos de outras atletas do leste da África, Agnes Tirop e Damaris Mutua — em ambos os casos, seus parceiros foram identificados como os principais suspeitos pelas autoridades.

O marido de Tirop está atualmente enfrentando acusações de homicídio, que ele nega, enquanto a busca pelo namorado de Mutua continua.

A violência contra as mulheres é uma grande preocupação no Quênia.

Em 2022, pelo menos 34% das mulheres disseram ter sofrido violência física, de acordo com uma pesquisa nacional.

"Esta tragédia é um duro lembrete da necessidade urgente de combater a violência de gênero, que tem afetado, cada vez mais, até o esporte de elite", disse o ministro dos Esportes do Quênia, Kipchumba Murkomen.

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