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Abertamente gay, Douglas Souza afirma que precisou se impor no vôlei: "'Vai me aceitar, sim"

"Sempre tentei o meu máximo para que o time precisasse de mim, que precisasse do Douglas para ganhar jogos, para ganhar campeonatos", relata

28 jun 2024 - 16h51
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Resumo
O jogador de vôlei Douglas Souza, o primeiro campeão olímpico abertamente gay do vôlei masculino brasileiro, precisou se impor no esporte para ser aceito. Ele também acredita que, um dia, o preconceito irá acabar.
Para Douglas Souza, é "meio exaustivo" ter que falar sobre sexualidade dentro do esporte todo ano, mas ele entende a importância
Para Douglas Souza, é "meio exaustivo" ter que falar sobre sexualidade dentro do esporte todo ano, mas ele entende a importância
Foto: Reprodução: Instagram/douglasouza

O jogador de vôlei Douglas Souza, o primeiro campeão olímpico abertamente gay do vôlei masculino brasileiro, contou que precisava se impor para ser aceito dentro do esporte.

"Não é que eu era superaceito, que todo mundo adorava o “viado” no time, não, mas eu me fazia ser, porque iam precisar de mim, na minha cabeça era isso. Sempre deixei isso muito claro, porque eu sabia que, se ficasse entre o Douglas e o heterozinho padrão, iam ficar com o heterozinho padrão. Então eu sempre tentei o meu máximo para que o time precisasse de mim, que precisasse do Douglas para ganhar jogos, para ganhar campeonatos. Eu meio que forçava, 'vai me aceitar, sim'", afirmou ao site ge.

Jogador de vôlei Douglas Souza é pedido em casamento pelo namorado Jogador de vôlei Douglas Souza é pedido em casamento pelo namorado

Para ele, é "meio exaustivo" ter que falar sobre sexualidade dentro do esporte todo ano. "Mas infelizmente é uma coisa que a gente tem que falar. [Estamos em] 2024 e a gente ainda está falando sobre isso, 'Ah, o Douglas é homossexual', tá, mas e daí? O Douglas vai ser cobrado do mesmo jeito, sendo homossexual, sendo heterossexual, sendo o que for, ele vai ser cobrado se não tiver 50, 60, 70% de ataque em um jogo."

Douglas espera que, em alguns anos, a sexualidade seja tratada com mais naturalidade pelas pessoas, sem precisar ter um grande debate sobre isso. "Mas eu entendo que a gente precisa, porque infelizmente muita gente sofre muito preconceito, as portas se fecham para muitas pessoas só por conta da sexualidade", destacou.

E ele ainda acredita que, um dia, o preconceito irá acabar. "Não sei se vou estar vivo para isso, infelizmente, mas eu acredito. Eu acredito que principalmente agora com essa nova geração, a geração Z. Eles estão vindo totalmente diferentes, com informação muito diferente, com a cabeça muito diferente."

Respeito

Após o Cruzeiro anunciar a contratação de Douglas, o time pediu que as pessoas respeitassem o atleta. Segundo Douglas, a atitude do time foi bem legal. "Mas infelizmente é nesse ponto que a gente precisa chegar. Uma grande instituição ser obrigada a fazer um post na rede social para pedir, para deixar claro, que não tem nenhum tipo de preconceito, para todo mundo tentar respeitar e não sei o quê", disse ao ge.

"Se o Cruzeiro fosse preconceituoso, eles jamais iriam contratar um homossexual, então o preconceito já não existe só na contratação. Eu estou muito tranquilo", disse ele, que irá se casar com seu companheiro Gabriel, no ano que vem.

"A minha família adora o Gabi, sempre trataram ele muito bem. O casamento vai ser ano que vem. Teve pedido. Eu pedi ele [em casamento] no ano passado. Fez um ano e um pouquinho agora, a gente já tá começando a correr atrás de tudo."

Fonte: Redação Nós
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