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Advogada denuncia racismo em loja no RJ: "Precisam aprender a tratar com dignidade uma pessoa preta"

Ingryd Souza relatou o episódio nas redes sociais e registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)

21 mai 2024 - 16h38
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Resumo
Advogada relata ter sofrido racismo em loja da Zara, em um shopping na Barra da Tijuca, no RJ. Ela registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), e disse que "nunca passou por tamanho constrangimento".
A advogada precisou mostrar as peças que comprou e a nota fiscal após o detector apitar na saída
A advogada precisou mostrar as peças que comprou e a nota fiscal após o detector apitar na saída
Foto: Reprodução: Instagram/ingrydsouza.adv

A advogada Ingryd Souza denunciou ter sofrido racismo dentro da loja da Zara, em um shopping da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no último sábado, 18. No dia seguinte após o episódio, ela relatou o caso nas redes sociais. Ingryd registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Segundo a advogada, ela e o marido estavam na loja fazendo compras e, na saída, uma funcionária os abordou com um "boa noite" após o detector antifurto apitar. A mulher afirmou que o sensor apitou porque, no sistema, constava que tinha uma blusa de ceda dentro da bolsa dela.

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Ingryd explicou que não comprou aquele item e, após ser liberada, ela tentou sair novamente, mas o detector apitou. "A funcionária já chamou o segurança. Retornei perguntando o que havia acontecido dessa vez, e a funcionária disse que estava aparecendo a tal blusa e agora uma calça também", contou ela em postagem no Instagram.

Ela precisou mostrar as peças que comprou e a nota fiscal. O marido da advogada, Alexandre, filmou a situação. "Começaram a pedir desculpas e dizer que eu podia ir embora, e que [o detector] não apitaria mais", disse ela.

"Fomos embora e adivinhem? Não apitou pelo mágico poder de uma câmera os filmando", contou. Segundo a advogada, o marido dela tem a pele mais clara e não foi apontado como sendo a pessoa que estaria com a blusa, "mesmo estando com três bolsas e uma mochila".

"Nunca passei por tamanho constrangimento. O pior é a funcionária me mostrar no tablet a peça que ela diz que está na minha bolsa. Isso é possível, gente? Ou eles já fazem para humilhar? Ou para plantar algo suspeito que fundamente olhar nossas bolsas? Vocês precisam aprender urgentemente a tratar com dignidade uma pessoa preta", escreveu a advogada.

Na última segunda-feira, 20, Ingryd Souza compartilhou fotos do momento em que registrou o caso na Decradi. Paulo Henrique, procurador da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ, e o advogado Alexandre Rangel acompanharam Ingryd.

Ao Terra NÓS, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que "os agentes realizam diligências para elucidar todos os fatos". A reportagem também tenta contato com a assessoria da loja. O espaço segue aberto para um posicionamento.

Crime de Racismo

O crime de racismo está previsto na Lei 7.716/1989 com pena de reclusão de um a três anos e multa. O crime é imprescritível e inafiançável. De acordo com a lei, racismo é "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

Saiba como denunciar 

Ao presenciar qualquer episódio de racismo, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.

Saiba mais sobre como denunciar aqui.

Fonte: Redação Nós
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