Advogado apresenta recurso para liberar Daniel Alves da prisão e diz: "Tem jogo"
A decisão da justiça espanhola deve sair na semana que vem e, enquanto isso, Daniel Alves deve seguir preso
A defesa do lateral direito Daniel Alves, preso preventivamente acusado de agressão sexual desde o último dia 20, em Barcelona, entrou com um recurso no Tribunal de Justiça da cidade nesta segunda-feira, para tentar sua liberação da penitenciária Brians 2.
À jornalista Mayka Navarro, em uma breve entrevista que foi ao ar em "El Programa de Ana Rosa", Cristóbal Martell falou brevemente pela primeira vez após a apresentação do recurso.
"Tem jogo na defesa de fundo e há jogo pela liberdade". Mesmo com a insistência dela, o advogado não deu mais declarações.
A decisão da justiça espanhola deve sair na semana que vem e, enquanto isso, Daniel Alves deve seguir preso. Já o recurso em questão, segundo o jornal El Periodico, tem mais de 20 páginas, além de uma extensa documentação adicional.
No texto que pede a soltura de Daniel Alves, segundo o As, o advogado afirma que seu cliente não tem intenção de deixar a Espanha. Para demonstrar isso, propõem como alternativas uma série de medidas preventivas como a retirada do passaporte, ordem de restrição ou a imposição de uma pulseira que permite controlar a localização do preso fora da prisão.
O recurso também traz documentos que visam comprovar "as raízes familiares, sociais, pessoais e empresariais" que Alves tem em Barcelona, entre eles, duas empresas e uma residência em Esplugues de Llobregat, que divide com a esposa, Joana Sanz.
Por fim, ainda de acordo com o As, a entidade judicial encarregada de emitir uma nova sentença para o lateral brasileiro será um tribunal de três magistrados pertencentes ao Tribunal de Barcelona.
A partir do momento de sua apresentação, o Ministério Público terá até cinco dias úteis para apresentar suas alegações ao recurso. Recolhidos todos os depoimentos, o Tribunal decidirá se ele continuará preso ou se, pelo contrário, será libertado.
Entenda o caso
Daniel Alves foi preso na última sexta-feira, após prestar depoimento voluntariamente à polícia de Barcelona, na Espanha, por uma acusação de agressão sexual contra uma jovem de 23 anos em uma boate local, chamada Sutton.
As autoridades catalãs informaram que o jogador deve permanecer detido até que ocorra o julgamento do caso, ainda sem data definida. Mais tarde no mesmo dia, o Pumas, do México, anunciou a rescisão contratual do lateral de 39 anos de idade.
A juíza do processo, Maria Concepción Canton Martín, ordenou prisão preventiva sem fiança de Daniel Alves, a pedido do Ministério Público. Foi ela quem ouviu todos os depoimentos (da denunciante, de Daniel e de um amigo do atleta que estava presente na boate) e teve acesso às provas apresentadas pela jovem.
Daniel Alves nega todas as acusações, mas mudou ao menos três vezes sua versão dos fatos. Ele foi levado ao Centro Penitenciário Brians 1, nos arredores de Barcelona, mas, na última segunda, acabou transferido ao Brians 2 por questões de segurança. Caso seja condenado, o jogador pode pegar uma pena de até 15 anos.
A advogada da vítima informou que Daniel não usou camisinha e que sua cliente passou por tratamento para evitar doenças sexualmente transmissíveis.