Além de Anielle Franco, ex-ministro Silvio Almeida é acusado de assédio por mais 7 mulheres
Uma delas é a professora Isabel Rodrigues, que concorreu a vereadora pela cidade de Santo André, em SP
Além da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, outras sete mulheres fizeram acusações de assédio contra Silvio Almeida, segundo o "Fantástico", da TV Globo, que entrevistou duas delas. A professora Isabel Rodrigues, que concorreu ao cargo de vereadora de Santo André (SP), foi uma das supostas vítimas identificadas pelo programa do último domingo, 06.
No dia 6 de setembro, Isabel publicou um relato em suas redes sociais, afirmando ter sofrido violência sexual por parte do ex-ministro.
“Eu sentei do lado do Silvio. Ele estava do lado, de blazer. Eu estava de saia. Ele colocou a mão nas minhas partes íntimas com vontade, colocou a mão com vontade”, disse ao "Fantástico".
Isabel confirmou todo o conteúdo de seu vídeo e contou que outras mulheres entraram em contato com ela após a publicação. “O mais curioso foi que a forma como a questão aconteceu comigo se repetiu com outras em situações de forma bem parecida”.
Ao "Fantástico", uma ex-aluna de Silvio, preferiu não se identificar e revelou que ele a chamava para sair constantemente e relatou um episódio durante uma prova, quando foi a última a terminar.
“No momento de entregar a prova, ele veio em minha direção. E eu achei que fosse para pegar a prova. Mas ele continuou se aproximando ao ponto de chegar muito próximo, e eu fui dando os passos para trás. Só que eu já estava bem próxima da parede, porque eu sentei nas últimas fileiras”.
A mulher afirmou que Silvio Almeida estava bem próximo, menos de um palmo de distância. “Chegou muito próximo ao ponto de, em algum momento, a cabeça ir um pouco mais para trás para afastar. Eu só tive ciência da gravidade, dessa atitude que foi muito próxima de se tornar algo maior, quando eu vi a reportagem da Anielle, que eu tive noção de que era algo grave”.
Relato de Isabel
Em seu vídeo, Isabela relatou que o incidente ocorreu em 3 de agosto de 2019, quando estavam em um almoço. “A violência sexual sofrida há cinco anos foi tema em sessões de terapia. Foi tema de conversas com minhas irmãs e amigos mais próximas. Pensei muitas vezes em denunciar. Não o fiz por vários motivos, e o motivo maior, foi o medo disso voltar contra mim”, acrescentou.
Ela ainda relatou que demorou muito para tomar a decisão de acusá-lo e que não está fazendo isso apenas por si mesma.
“Faço por mim, faço por todas as pessoas, sejam crianças, jovens, adultos, homens ou mulheres que têm seus corpos invadidos. É inadmissível, ocasionam traumas praticamente impossíveis de serem superados. Somo a voz dessas mulheres e de todos que sofrem violência sexual. Tomei a decisão porque essas mulheres estão sendo julgadas como mentirosas, como fazendo parte de um grupo contra o ministro”.