Alessandra Negrini fala sobre ataques após se fantasiar de indígena no carnaval 2020
Atriz disse que ficou triste com ataques, mas recebeu apoio fora das redes sociais e de lideranças indígenas: "O tema era resistência"
Alessandra Negrini foi criticada nas redes sociais por usar uma fantasia de indígena no Carnaval de 2020, mas recebeu apoio fora das redes. A APIB a reconheceu como aliada da luta indígena e a atriz afirmou que sua fantasia era um manifesto contra o ataque aos povos originários.
A atriz Alessandra Negrini, de 53 anos, falou sobre as críticas que recebeu nas redes sociais após usar uma fantasia de indígena no Carnaval de 2020. Ela afirmou que ficou chocada e triste com os comentários de internautas.
"Me senti atacada. Me senti vulnerável", disse ela no videocast "Desculpa Alguma Coisa", do uol.
Alessandra se sentiu melhor ao ver a reação das pessoas fora das redes sociais. "Lembro que fui no supermercado, falaram parabéns. Fui numa festa, a mesma coisa. Depois veio a carta dos indígenas falando que a gente estava junto", contou.
Na época, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) se pronunciou sobre os ataques e disse que a atriz era uma aliada.
"O tema era resistência. Mas nem todo mundo tinha essa informação toda. É uma coisa do ser humano, agressivo, destrutivo, é geracional. Esse tribunal da internet, é muito sério você julgar e condenar", afirmou a atriz.
Relembre o caso
Rainha do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta no carnaval de 2020, Alessandra Negrini se fantasiou de indígena porque "a luta indígena é de todos", disse ao jornal Folha de S. Paulo na época. "A questão indígena é a central desse país. Ela envolve não somente a preservação da cultura deles como a preservação das nossas matas."
Para a atriz, a fantasia não poderia ser classificada como apropriação cultural, uma vez que ela estava usando para fins políticos.
"Será um manifesto. Esse ano a questão indígena está no centro das resistências. Estamos vendo nossos povos originários sendo violentamente atacados, suas terras invadidas, suas vidas ceifadas, suas culturas ameaçadas", disse à Marie Claire.