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'Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo', diz Lula sobre caso Silvio Almeida

Até o momento, não houve apresentação de provas e de detalhes sobre os relatos de assédio

6 set 2024 - 12h27
(atualizado às 14h18)
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Lula disse que soube das acusações de assédio sexual na noite de quinta, 5
Lula disse que soube das acusações de assédio sexual na noite de quinta, 5
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula informou que terá uma reunião nesta sexta-feira, 6, às 14h30, em Brasília, para tratar das denúncias de assédio relacionadas ao ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, e afirmou que "alguém que pratica assédio não vai ficar no governo".

A declaração ocorreu em entrevista à rádio Difusora Goiânia, na manhã desta sexta-feira, 6, após a organização não-governamental Me Too Brasil ter informado, em nota, na quinta-feira, 5, que recebeu denúncias de que Almeida teria cometido assédios sexuais.

Lula disse que soube do caso na noite de quinta e que pediu à Advocacia-Geral da União, à Controladoria-Geral da União e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para que fizessem conversas sobre a situação antes da reunião.

"O que posso antecipar para vocês é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo", declarou. "Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender."

Na sequência, Lula afirmou que o governo vai acionar a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Comissão de Ética da Presidência da República para investigar o caso.

"Estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres. O meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem, definitivamente, numa parte importante da política nacional. Então, eu não posso permitir que tenha assédio", disse.

Lula continuou: "então, nós vamos ter que apurar corretamente, mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, à defesa inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio".

Segundo Lula, o encontro à tarde deve incluir duas ministras, além da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do próprio ministro dos Direitos Humanos.

Até o momento, não houve apresentação de provas e de detalhes sobre os relatos de assédio. Em nota e em vídeo em redes sociais, o ministro afirmou que as denúncias são falsas e que está sendo vítima de perseguição.

O Palácio do Planalto declarou que Almeida foi chamado para dar explicações sobre o caso. A instituição não fez referência à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Segundo o site Metrópoles, a ministra também teria sido vítima de assédio. Ela não se manifestou.

A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, publicou uma foto em que beija a testa de Anielle. O Ministério das Mulheres disse que as denúncias são "graves" e que qualquer tipo de violência e assédio contra mulheres é "inadmissível".

Estadão
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