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Ana Carolina e esposa, jogadoras de vôlei, participam pela 1ª vez da mesma Olimpíada: “Jogar contra faz parte”

A atleta da seleção brasileira se relaciona com a holandesa Anne Buijs há oito anos; elas se casaram em 2023

29 jul 2024 - 05h00
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A central Ana Carolina é destaque da seleção brasileira de vôlei feminino nas Olimpíadas
A central Ana Carolina é destaque da seleção brasileira de vôlei feminino nas Olimpíadas
Foto: Reprodução/Instagram/volleyballworld

A atleta Ana Carolina Silva, conhecida como Carolana ou simplesmente Carol, é um dos destaques da seleção brasileira de vôlei feminino nas Olimpíadas. Com 33 anos, a experiente central coleciona vitórias em quadra. E foi entre as quatro linhas que ela conheceu a esposa, a holandesa Anne Buijs, também jogadora de vôlei. 

Carol e Anne, capitã do time da Holanda, formam um dos casais que mais encantam os fãs de vôlei. Agora, em Paris 2024, as duas se preparam para participar pela primeira vez de uma mesma edição dos Jogos Olímpicos, em equipes diferentes.

Casadas desde 2023, elas se conheceram em 2016 e estão juntas desde então. As duas foram companheiras de equipe em três clubes durante a carreira. Ser referência LGBTQIA+ dentro do esporte surgiu espontaneamente na vida delas, segundo Carol.

“Sabemos que exercemos esse papel de representatividade hoje, não só por sermos casadas, atletas, mulheres, mas por sermos nós mesmas e por encararmos tudo isso de forma bem natural”, diz, em entrevista ao Terra NÓS

Jogadoras de vôlei Ana Carolina e Anne Buijs se casam; veja fotos Jogadoras de vôlei Ana Carolina e Anne Buijs se casam; veja fotos

Sobre a repercussão do relacionamento, a central afirma receber um retorno positivo. “Recebemos vários relatos cheio de carinho e amor dos fãs, dizendo que se espelham em nós. Isso é muito gratificante. É especial saber que impactamos positivamente a vida de algumas pessoas”, comenta. 

Quando o assunto é se relacionar com Anne dentro e fora das quadras, Carol aponta tranquilidade e que é um aspecto que torna a relação ainda mais bonita. 

“É muito especial trabalhar ao lado da pessoa que você ama e compartilha objetivos profissionais e pessoais. O ‘jogar contra’ faz parte da nossa profissão. Vemos isso como algo a mais na relação, que nos motiva a sermos melhores a cada dia.”

Em 2023, o casal se beijou no pódio do campeonato Sul-Americano. Em publicação no Instagram, a brasileira homenageou Anne e apontou a importância de visibilizar o amor entre mulheres. 

“Sinto muito orgulho de ver nossa foto em cima de um pódio, em uma competição continental, sendo estampada em veículos de comunicação. Entendo o tamanho desse registro e da importância da gente conquistar cada vez mais essa naturalidade para os relacionamentos LGBTQIAP+”, escreveu.

E claro, como boa competidora, ela quer vencer, mas também torce pela amada nos jogos. “Tenho uma admiração gigante pela Anne, a pessoa e a atleta. E quando estamos em quadra, em lados opostos, desejo que ela brilhe, mas que eu ganhe, e vice-versa. Somos competitivas”, diz Carol, aos risos. 

Para a atleta, ver uma mulher LGBTQIA+, exercendo sua profissão com dedicação e sucesso, é uma forma de mostrar para a sociedade que a diversidade existe e que pode ser encarada com naturalidade.

“Inspirar pessoas a seguirem seus sonhos, sem ter medo de serem elas mesmas, é algo especial, não tem preço.”

Discriminação LGBTQIA+ no esporte

A própria organização dos Jogos Olímpicos tem criado meios de acolhimentos para atletas e aliados durante a competição. Uma das iniciativas é a Pride House, ou Casa do Orgulho, um espaço físico e digital inclusivo e acolhedor, com o intuito de lutar contra a discriminação e diminuir a invisibilidade das pessoas LGBQIA+ no esporte. 

A Pride House tem entrada gratuita e fica aberta durante toda a Olimpíada. “É importante que cada pessoa se sinta parte, sinta que estamos em um espaço seguro, de respeito, assim podemos aproveitar esse momento tão especial de maneira completa”, ressalta Carol. 

Vem ouro!

Bloqueadora excepcional, Carol já conquistou a medalha de prata com a seleção brasileira de vôlei nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Este ano, ela sonha com o ouro. 

“Estamos muito felizes e empolgadas, treinando a cada dia, nos dedicando. O time evoluiu bastante com a Liga das Nações de Vôlei (VNL), foram jogos importantes. Continuamos em busca da nossa melhor versão e do nosso sonho de sermos campeãs olímpicas”, finaliza. 

8 mulheres que farão a cobertura das Olimpíadas de Paris 8 mulheres que farão a cobertura das Olimpíadas de Paris

Fonte: Redação Nós
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