Anestesista preso por estuprar pacientes e armazenar pornografia infantil pediu vídeo à menina de 10 anos
Segundo a Polícia, ele usava um perfil falso nas redes sociais, onde se passava por um garoto para aliciar crianças
O anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, preso por estupro de vulnerável contra pacientes sedadas durante cirurgias, no Rio de Janeiro, tinha vídeos de pornografia infantil produzidos por ele. A Polícia chegou a achar uma conversa em que ele se passava por um menino, pedindo à uma criança para que lhe enviasse um vídeo.
O médico foi preso nesta segunda-feira, 16, em sua residência, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. O anestesista responde ainda a inquérito por produção e armazenamento de cenas de abuso infantojuvenil.
De acordo com a Globo Rio, os investigadores tiveram acesso à nuvem de dados do celular e dos computadores de Andres, na qual descobriram o armazenamento de mais de 20 mil vídeos de pornografia, sendo alguns, produzidos por ele, de meninas de 9 e 10 anos, sem roupa.
Conforme a investigação informou para a emissora, o médico criou um perfil falso nas redes sociais, se passando por uma criança ou adolescente, para ganhar a confiança delas. Na troca de mensagens, ele pede que a menina grave um vídeo, e finge ser um garoto da idade dela. Ele ainda diz que vai pedir ao pai para lhe comprar alguma coisa. Em outra conversa, ele pede: “Faz vídeo também gata. Mas deixa no bate-papo, não bota para apagar, por favor”.
Em depoimento à Polícia Civil, ele confirmou que tem compulsão por ver, produzir e armazenar vídeos de pornografia infantil. Já sobre o estupro de vulnerável, ele afirmou aos policiais que escolhia o melhor momento para abusar das pacientes, quando eles estavam sozinhos.
Investigação
As investigações tiveram início em dezembro de 2022 a partir do compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal e contou com apoio da Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil.
Os agentes constataram que o médico mantinha armazenado em seus compartimentos eletrônicos mais de 20 mil arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de um ano de vida.
"As investigações iniciaram com o objetivo de identificar um homem que possuía farto material de pornografia infantil pela internet. Foram encontrados quase 20 mil arquivos de pornografia infantil. Arquivos extremamente violentos, onde bebê com menos de um ano de idade eram obrigadas a se submeterem a relação sexual com adultos", reforçou o delegado titular da DCAV, Luiz Henrique Marques Pereira.
Estupros
Com a quebra de dados em compartimentos do celular do suspeito, também foram encontrados vídeos feitos pelo próprio médico. Segundo a polícia, as imagens mostravam o homem estuprando pacientes anestesiadas durante procedimentos cirúrgicos em hospitais das redes pública e particular. Ele tinha o hábito de filmar o ato e colecionar as imagens.
"No decorrer das investigações foram encontrados dois vídeos que mostravam o suspeito estuprando duas pacientes anestesiadas para serem submetidas a procedimentos cirúrgicos. Ele trabalhava nos hospitais mais renomados do Rio de Janeiro. Agora foi encaminhado ao sistema penitenciário, onde permanecerá até a decisão final da Justiça", disse o delegado Luiz Henrique.