'Ao ouvir alguém falando português, ficava muito nervosa', diz psicóloga sobre jovem que denuncia Daniel Alves
Jogador é acusado de estuprar jovem em boate em Barcelona; julgamento deve ser finalizado entre esta quarta-feira ou quinta, 8
No terceiro dia de julgamento de Daniel Alves, acusado de estupro, os peritos do caso foram ouvidos. Os profissionais contratados pela defesa do jogador afirmam que a ausência de lesões na denunciante, pode significar que a relação não foi tão traumática, mas os peritos que atenderam ao caso refutam.
O terceiro dia de julgamento de Daniel Alves, acusado de estuprar uma jovem dentro de uma boate em Barcelona, começou com peritos do caso sendo ouvidos, nesta quarta-feira, 7. Umas das psicólogas forenses que examinou a jovem que o denuncia pelo crime sexual afirmou que a denunciante "ficava muito nervosa ao ouvir alguém falando português".
De acordo com a profissional, esse foi um dos critérios para determinar o estresse pós-traumático que coincidem com a situação da jovem: “Quando ela ouviu alguém falando português, ficou muito nervosa”, disse a psicóloga.
Segundo ela, a jovem estava sofrendo com hipervigilância e falta de sono, mais uma característica de estresse pós-traumático. Além disso, segundo a profissional a jovem se sentia culpada pelo ocorrido, "um dos indicadores da situação de vítima".
Além dos profissionais que examinaram a vítima, legistas contratados pela defesa também deram seus depoimentos. Um dos profissionais contratados pela defesa do jogador afirmou que, por não terem sido encontradas lesões íntimas na denunciante, o faz pensar que a relação sexual “não foi tão traumática” quando a jovem diz ser.
“Ela conta uma história sobre tapas, agarrões no pescoço... não vemos nenhum ferimento em nenhuma parte do corpo. Ele disse que sentiu um nível intenso (de dor) ao urinar. Na minha experiência pessoal, quando ela nos conta que foi uma relação dolorosa, é muito estranho que não encontremos nada.”
Blanca Navarro, psiquiatra da defesa de Alves, insistiu também que os testes psicológicos da vítima são voltadas para “questões absolutamente superficiais”. "Poderia ter sido mais profundo e as conclusões apresentam algumas lacunas."
Apesar das alegações dos profissionais contratados pela defesa do jogador, os peritos que analisaram o caso desde o começo refutam que a ausência de lesões "não significa que não tenha ocorrido" a violência sexual.
Um dos peritos, contratado pela defesa de Daniel Alves, diz que a vítima conta a versão que a "relação foi dolorosa", mas que não há nenhuma lesão que comprove isso. “A ausência até mesmo de inchaço (na região íntima) me faz pensar que a relação sexual não foi tão traumática”, declarou.