Apenas 63 mulheres ganharam o Prêmio Nobel contra 901 homens
Mulheres representam, aproximadamente, 6,5% dos laureados do Prêmio Nobel; até a última sexta-feira, 6, três foram premiadas este ano
A história do Prêmio Nobel é rica em conquistas notáveis e realizações extraordinárias, mas também carrega um desfavorecimento que salta aos olhos: a pouca representatividade das mulheres entre os laureados. Ao longo dos anos, o número de mulheres premiadas se mostra significativamente menor em comparação com o dos homens. Até a última sext-feira, 6, apenas 63 mulheres ganharam o Prêmio Nobel contra 901 homens.
Categorias
Desde a sua criação em 1901, o Prêmio Nobel tem sido uma das mais prestigiosas honrarias que uma pessoa pode receber. Ele foi instituído de acordo com o testamento do inventor sueco Alfred Nobel, que destinou grande parte de sua fortuna para premiar indivíduos e organizações que fizessem contribuições notáveis em diversas áreas.
O prêmio é dividido em seis categorias:
- Física homenageia aqueles que realizam descobertas e invenções.
- Química, é celebrado os cientistas que exploram as propriedades da matéria e suas transformações.
- A categoria de Medicina presta homenagem àqueles que dedicam suas vidas a entender e curar as doenças que afligem a humanidade.
- Em Literatura, autores, poetas e dramaturgos são reconhecidos por suas contribuições à cultura.
- Uma das categorias mais conhecidas, o Prêmio Nobel da Paz homenageia os esforços para resolver conflitos e promover a harmonia global.
- Por fim, na categoria de Ciências Econômicas, o prêmio reconhece aqueles que moldam a compreensão da economia e influenciam políticas econômicas em todo o mundo
Os vencedores de cada área recebem um diploma, uma medalha feita em ouro de 18 quilates e 11 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 5,1 milhões.
Vencedores e vencedoras
De acordo com as informações disponíveis no site do Nobel Prize, as 63 mulheres representam 6,54% dos laureados do Prêmio Nobel em toda sua história.
No entanto, se compararmos quantas mulheres ganharam o prêmio sozinhas, o número cai pela metade: 31. A primeira a conquistar esse feito foi Marie Curie, em 1911, na área da Química. Ela também ganhou o Nobel de Física em 1903, junto de dois parceiros.
Os anúncios do Prêmio Nobel deste ano começaram na última segunda-feira, 2, e terminam na próxima segunda, 9. O Nobel de Medicina foi dado à bioquímica húngara Katalin Karikó e ao médico norte-americano Drew Weissman. Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillie foram os laureados do Nobel de Física. O Nobel de Química não contemplou mulheres, assim como o Nobel de Literatura.
Na sexta-feira, 6, o Nobel da Paz foi para a iraniana Narges Mohammadi, que atualmente cumpre pena por “propaganda contra o Estado”. Condenada a 31 anos de prisão e 154 chicotadas, a ativista luta pelos direitos das mulheres e foi uma das líderes dos protestos que aconteceram no Irã após a morte de Mahsa Amini, jovem de 22 anos morta depois de ser presa pela polícia por não estar usando o hijab, véu tradicional para mulheres no país.
As áreas em que as mulheres mais ganharam e menos ganharam
A categoria em que as mulheres mais ganharam foi o da Paz, com 19 laureadas; 17 mulheres conquistaram o Nobel de Literatura; 13 delas foram laureadas na área de Medicina; 8 conquistaram o Nobel de Química; 5 ganharam o de Física; e, por fim, duas receberam o Nobel de Ciências Econômicas, sendo, portanto, a área em que as mulheres menos ganharam até agora.
Entre as laureadas do Nobel da Paz se destaca a paquistanesa Malala Yousafzai, a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio, aos 17 anos. A ativista é conhecida por seu trabalho pelo direito do acesso à educação para crianças e mulheres.
Peter Fredriksson, presidente do comitê do prêmio de economia, disse à imprensa, em 2021, que a representação de mulheres na categoria é levada muito a sério. "Provavelmente [o menor número de mulheres vencedoras do Nobel] está relacionado à baixa representação das mulheres no campo da economia historicamente".
"Dito isso, há esperança de mudança, porque se você olhar para o prêmio Bates-Clark, que é concedido a economistas com menos de 40 anos, a primeira mulher recebeu o prêmio em 2007 e, desde então, outras 4 mulheres receberam o prêmio", ressaltou Fredriksson.