Apoio a reconhecimento indígena aumenta na Austrália com votação em andamento
A última pesquisa do Guardian Essential mostrou que o apoio ao "sim" aumentou dois pontos percentuais para 43% nas últimas duas semanas
O apoio a uma proposta de emenda à Constituição na Austrália para consagrar o reconhecimento dos povos indígenas aumentou, de acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira, embora a maioria dos eleitores pretenda rejeitar a mudança em um referendo que está em andamento.
A votação antecipada sobre o reconhecimento dos indígenas australianos na Constituição e a criação de uma "Voz ao Parlamento" para dar a eles um meio de aconselhar o governo sobre questões que afetam os australianos das Primeiras Nações começou na segunda-feira.
A última pesquisa do Guardian Essential mostrou que o apoio ao "sim" aumentou dois pontos percentuais para 43% nas últimas duas semanas, enquanto o apoio ao "não" caiu dois pontos percentuais para 49%. As mudanças estão dentro da margem de erro de três pontos da pesquisa.
A votação sobre o primeiro referendo realizado na Austrália desde a rejeição, em 1999, de uma proposta para o país se tornar uma República se encerra em 14 de outubro.
Os defensores da medida argumentam que ela traria progresso para a comunidade aborígine e das Ilhas do Estreito de Torres, enquanto os oponentes afirmam que causaria divisão.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que apresentou o referendo, disse que as pessoas tendem a apoiar a reforma quando entendem seus detalhes.
"Francamente, é um pedido bastante humilde", disse Albanese na rádio Triple M Hobart, no Estado da Tasmânia.
"Eles não estão pedindo o direito de veto ou o direito de financiar programas ou algo do gênero. Estão apenas dizendo 'queremos ser ouvidos'."
Ao contrário da Nova Zelândia e do Canadá, a Austrália não tem nenhum tratado com seus povos indígenas, que representam cerca de 3,2% de sua população de 26 milhões de habitantes. Os grupos indígenas foram marginalizados pelos governantes coloniais britânicos e não são mencionados na Constituição de 122 anos.
Apesar da defesa de estrelas do esporte e de celebridades, o apoio à proposta tem caído nos últimos meses, com os entrevistados em uma pesquisa na semana passada dizendo que a votação desviou a atenção de questões como custo de vida e moradia.
Para ser aprovada, a proposta deve obter a maioria dos votos em todo o país e em pelo menos quatro dos seis Estados.