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CNJ afasta desembargador após ele dizer que 'mulheres estão loucas atrás dos homens'

Luís César de Paula Espíndola, da Justiça do Paraná, deu declaração durante sessão sobre assédio a menina de 12 anos

17 jul 2024 - 12h32
(atualizado às 14h04)
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Corregedor afasta desembargador que disse que 'mulheres estão loucas atrás dos homens' em sessão:

O corregedor Nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, decidiu afastar do cargo o desembargador Luis Cesar de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Espíndola havia afirmado, durante uma sessão no início de julho, que "as mulheres estão loucas atrás de homens"

A determinação foi proferida nesta quarta-feira, 17. O desembargador ficará afastado até que a reclamação disciplinar seja julgada em definitivo pelo plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A sessão presidida por ele analisava um caso de assédio contra uma criança de 12 anos. Na ocasião, ele foi o único a votar contra a manutenção de uma medida protetiva em relação ao suspeito de cometer o assédio, um professor da criança. O voto contrário de Espíndola foi superado por outros quatro a favor de proibir o contato.

Desembargador diz que ‘mulheres estão loucas atrás de homens’ em julgamento sobre assédio no Paraná
Desembargador diz que ‘mulheres estão loucas atrás de homens’ em julgamento sobre assédio no Paraná
Foto: Reprodução

Ao Terra, o CNJ confirmou o afastamento do desembargador, que acontece depois de uma reclamação aberta por Salomão para apurar "discurso potencialmente preconceituoso e misógino em relação à vítima de assédio envolvendo menor de 12 anos". O afastamento também atende a um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná. 

"Assim, defiro, parcialmente, a cautelar requerida, para determinar o afastamento imediato do magistrado reclamado, até decisão final a ser proferida no procedimento disciplinar correlato ou até deliberação do Plenário acerca desta medida", escreveu Salomão.

Para o corregedor, a repercussão do caso e o histórico do desembargador podem inclusive "macular a imagem do Judiciário". "As situações anteriores envolvendo o desembargador e sua condenação em episódio de violência doméstica, além da acusação de lesão corporal envolvendo outras mulheres, foram trazidas à tona", argumentou, em referência à condenação de Espíndola, em 2018, por agredir a própria mãe e a irmã. 

Na época, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou o desembargador pela Lei Maria da Penha, mas a pena de sete meses de prisão não chegou a ser aplicada porque o caso prescreveu.

Em nota pública disponibilizada no portal TJ-PR, o desembargador negou a intenção de "menosprezar o comportamento feminino".

Foto: CartaCapital

"Esclareço que nunca houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino nas declarações proferidas por mim durante a sessão da 12ª Câmara Cível do tribunal, afinal, sempre defendi a igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões. Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão", disse Espíndola na época da repercussão de sua fala.

Relembre o caso

O desembargador disse, durante uma sessão em 3 de julho, que "as mulheres estão loucas atrás de homens". A gravação da transmissão ao vivo da sessão, que ficou disponível até a tarde de quinta-feira, 4, no canal do TJ-PR no YouTube, foi retirada.

Espíndola disse que a advogada da vítima fazia um "discurso feminista desatualizado" ao pontuar a denúncia de assédio contra a criança, que tem apenas 12 anos. 

"Se vossa excelência sair na rua hoje em dia, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens, são as mulheres. Hoje em dia, esta é a realidade, as mulheres estão loucas atrás de homens porque são muito poucos. É só sair a noite, eu não saio muito à noite, mas eu tenho funcionárias, tenho contato com o mundo. A mulherada está louca atrás dos homens", disse ele.

Desembargador diz que ‘mulheres estão loucas atrás de homens’ em julgamento sobre assédio no Paraná:
Fonte: Redação Terra
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