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Após ataques de gênero, boxeadora argelina processa Musk e Rowling por cyberbullying

Nomes dos envolvidos foram divulgados pela revista 'Variety'

14 ago 2024 - 11h16
(atualizado às 12h00)
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Após controvérsia sobre gênero, Imane Khelif ganhou medalha de ouro no boxe
Após controvérsia sobre gênero, Imane Khelif ganhou medalha de ouro no boxe
Foto: Peter Cziborra / Reuters

As autoridades francesas abriram uma investigação após a boxeadora argelina Imane Khelif, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, apresentar uma denúncia de ciberbullying. Segundo a revista americana "Variety", o bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X, e a escritora britânica JK Rowling, autora da saga Harry Potter, são citados na queixa.

Além deles, há rumores de que o ex-presidente dos EUA e candidato republicano Donald Trump também poderá ser processado.

"Os primeiros autores do cyberbullying contra Imane Khelif são personalidades políticas e figuras públicas que utilizaram as suas contas nas plataformas sociais nesta campanha contra a minha cliente", afirmou o advogado da campeã olímpica, Nabil Boudi.

A argelina esteve no centro de um caso internacional sobre seu direito de participar do torneio de boxe feminino das Olimpíadas devido a uma controvérsia sobre gênero, liderada por conservadores da extrema-direita.

Em declaração a um dos principais jornais argelinos, El Watan, o advogado da atleta comentou o caso, mas não se referiu aos nomes denunciados no tribunal da capital francesa.

"As provas do ataque online contra Khelif são principalmente as publicações nas diversas redes sociais, com conteúdo detalhado e repetido, como os ataques ao seu físico, ao seu gênero, contra sua nacionalidade, sua imagem em geral e qualidade como mulher.

"O que minha cliente sofreu é indiscutível", acrescentou Boudi.

O advogado destacou ainda que o conteúdo é "agressivo, misógino e racista e a grande maioria dos ataques veio do exterior".

"Nosso objetivo é defender a honra de Khelif", concluiu.

A pugilista de 25 anos foi protagonista involuntária de uma das maiores polêmicas dos Jogos de 2024 devido ao seu hiperandrogenismo.

O caso que girou em torno da argelina começou após o sorteio que colocou a italiana Angela Carini e Khelif frente a frente nas oitavas de final. Diversos ministros do governo italiano criticaram a luta e colocaram em dúvida o fato de a argelina ser mulher.

O vice-premiê e ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini, chegou a chamar Khelif de "homem", enquanto a própria Meloni disse que o combate não se daria entre "iguais". Carini acabou desistindo da luta em menos de um minuto, após ter levado um soco no nariz.

No entanto, o episódio desencadeou uma onda de ataques a Khelif por parte da extrema direita global, inclusive com o endosso de Musk e de Rowling.

Ansa - Brasil
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