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Após morte de Bruno Pereira e Dom Phillips, ONU pede proteção a ativistas e reforço na Funai

Escritório de Direitos Humanos da ONU cobrou autoridades brasileiras a garantir que investigações do caso sejam 'imparciais, transparentes e minuciosas'

16 jun 2022 - 14h35
(atualizado em 17/6/2022 às 10h20)
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Ravina Shamdasani é porta-voz de Direitos Humanos da ONU
Ravina Shamdasani é porta-voz de Direitos Humanos da ONU
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Um dia após a confirmação de que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no Vale do Javari, no Amazonas, a Escritório de Direitos Humanos da ONU cobrou nesta quinta-feira (16/06) que autoridades brasileiras reforcem os órgãos federais responsáveis pela proteção a povos indígenas ao meio ambiente.

"Instamos as autoridades brasileiras a ampliar seus esforços para proteger os defensores dos direitos humanos e os povos indígenas de todas as formas de violência e discriminação, tanto por parte de atores estatais quanto não estatais", disse, em nota enviada à BBC, a porta-voz da organização, Ravina Shamdasani.

O órgão também cobrou as autoridades a tomar "medidas para prevenir e proteger os territórios indígenas de incursões de agentes ilegais, inclusive pelo fortalecimento dos órgãos governamentais responsáveis pela proteção dos povos indígenas e do meio ambiente (Funai e Ibama)".

O texto afirma que "ataques e ameaças contra defensores de direitos humanos ambientais e povos indígenas, incluindo aqueles em isolamento voluntário, continuam persistentes".

Bruno Araújo (à esq.) e Dom Phillips desapareceram no dia 5 de junho
Bruno Araújo (à esq.) e Dom Phillips desapareceram no dia 5 de junho
Foto: BBC News Brasil

Os membros do Escritório de Direitos Humanos da ONU disseram ainda estar "profundamente entristecidos pela informação sobre o assassinato de Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira".

"Nós expressamos nossas profundas condolências às suas famílias", disse o órgão.

"Este ato brutal de violência é terrível e apelamos às autoridades estatais que garantam que as investigações sejam imparciais, transparentes e minuciosas, e que seja concedida reparação às famílias das vítimas", afirma o texto.

Na quarta-feira (15/06), a Polícia Federal afirmou que o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou que matou Dom Phillips e Bruno Pereira e levou investigadores a um local onde restos mortais foram encontrados.

O material foi enviado para perícia para que haja confirmação de que se trata dos corpos de Bruno e Dom.

Bruno da Cunha de Araújo Pereira era indigenista e servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio). Ele estava licenciado do cargo e assessorando a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), principal associação indígena local, num projeto para coibir invasões ao território indígena.

Primeiras buscas foram feitas por pequenos grupos de indígenas
Primeiras buscas foram feitas por pequenos grupos de indígenas
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Dom Phillips era jornalista e colaborador de diversos jornais no exterior, entre eles o britânico The Guardian. Ele morava no Brasil havia 15 anos e era casado com uma brasileira.

Dom viajou para o extremo oeste da Amazônia acompanhado de Bruno para coletar dados para um livro que estava escrevendo sobre como salvar a floresta.

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-61830231

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