“Arrume-se comigo para fazer um aborto”: mulheres promovem normalização do procedimento
Em vídeos postados no TikTok, estadunidenses querem criar rede de apoio e desestigmatizar o aborto
Compartilhando experiências e informações sobre as formas de fazer um aborto, vídeos em trend em rede social buscam desconstruir a estigmatização do procedimento nos Estados Unidos
“Arrume-se comigo para fazer um aborto em casa” e “arrume-se comigo para ir fazer um aborto” são alguns exemplos de vídeos que têm se popularizado no TikTok. Neles, as pessoas compartilham suas experiências com o procedimento, retratando os cuidados necessários e destacando a importância de desestigmatizar o aborto.
O vídeo de Star Jowers é um deles. Nele, ela fala sobre a realização do procedimento em casa, e como buscou ter conforto ao preferir usar um medicamento. “Você provavelmente está se perguntando o que eu deveria usar para fazer um aborto em casa, você pode usar o que quiser, mas eu prefiro pijamas”, narrou Star no vídeo.
@starjowers What does one wear to have an abortion at home? @carafem #carafem #carafempartner #medicationabortion #GRWM #CapCut ♬ Not my fault sped up - Abby :)
Para Sunni, que também compartilha sua experiência com o aborto nas redes sociais após passar pelo procedimento, encontrou nos vídeos uma fonte de confiança e informações que precisava para tomar a decisão.
‘É algo que muitas pessoas passam. Há pessoas andando por você passando por isso e, até que se sintam normais e aceitas, não serão capazes de se curar”, disse Sunni ao The New York Times.
Essa trend surgiu de uma prática já estabelecida em que as pessoas postam vídeos de “arrume-se comigo” para ir para a faculdade, fazer compras ou sair com os amigos. Os vlogs tÊm como objetivo criar uma comunidade de apoio e mostrar que o procedimento é uma realidade para muitas pessoas ao redor do mundo.
Restrições do procedimento
Após a revogação da decisão Roe v. Wade em 2022, os Estados Unidos passarm a enfrentar amplas restrições ao aborto. De acordo com o The New York Times, o procedimento atualmente é proibido ou restringido em 21 estados.
Conforme relatado pelo jornal, em março, os juízes da Suprema Corte analisaram argumentos sobre a possível restrição de acesso a uma pílula abortiva. A decisão do caso está prevista para junho ou julho.