Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Atacante da seleção feminina denuncia Barcelona por assédio

Em carta aberta, jogadora brasileira alega ter sido perseguida dentro do clube por não abrir mão de defender o Brasil depois da sua primeira convocação por Bia Sundhage

29 mar 2022 - 11h01
(atualizado às 15h00)
Compartilhar
Exibir comentários
Gio Queiroz chegou ao Barcelona na metade de 2020, aos 17 anos
Gio Queiroz chegou ao Barcelona na metade de 2020, aos 17 anos
Foto: Divulgação/Barcelona FC / Estadão

A atacante Giovana Queiroz, da seleção brasileira feminina de futebol, publicou nesta quarta-feira em suas redes sociais uma carta aberta na qual afirma ter sofrido assédio moral e psicológico dentro do Barcelona, clube que defende. A jogadora de 18 anos conta no relato que os abusos tiveram início logo após a atleta não abrir mão de atuar pelo Brasil em sua primeira convocação, em outubro de 2020.

Na carta, endereçada ao presidente do clube espanhol, a atacante conta que recebeu persistentes indicações de que atuar pela seleção não seria bom para o seu futuro no Barcelona. Sem conseguir demover Gio, como é conhecida, da ideia, a jogadora alegou que passou a ser alvo e métodos arbitrários para ser prejudicada no time.

"Em fevereiro de 2021, fui submetida a um confinamento ilegal por parte da chefe de serviços médicos do clube. Ela afirmou que (o motivo) era o contato direto com um caso positivo de covid-19. Desde o princípio, acreditei que os verdadeiros motivos eram outros", escreveu.

Gio afirma ter procurado o Departamento de Saúde da Catalunha, que concluiu que o seu caso não necessitava de isolamento. Ao questionar a médica do Barcelona, a profissional teria afirmado que o caso da atacante era "especial", com a brasileira ficando fora da final da Copa da Rainha, sem poder treinar e até mesmo sair de casa. As provas fazem parte da denúncia formal à direção do clube espanhol.

Após se apresentar à seleção brasileira nos Estados Unidos com uma autorização da Fifa, Gio afirma que foi acusada pela direção do Barcelona de cometer "grave indisciplina" por furar o isolamento imposto pelo clube e que sofreria graves consequências por isso. A atacante alega que recebeu vários testes PCR negativos. "Voltei para a casa destruída. Chorei muitas vezes. Senti um enorme vazio. Não tinha força para lutar pelos meus direitos", escreveu.

Ainda de acordo com Giovana e sua carta aberta, as humilhações e violência psicológica dentro do clube passaram a ser cada vez mais constantes. Vale ressaltar que a atleta ainda era menor de idade — tinha 17 anos — quando os abusos ocorreram. "O Barcelona não é responsável direto pelas condutas abusivas denunciadas. O clube deve ser responsável por velar a integridade física, mental, psíquica e moral diante de qualquer caso de violência", disse. "Minha vida pessoal e profissional foram profundamente afetadas por essas experiências negativas."

Desde 2021, a jogadora atua emprestada ao Levante, também da Espanha. Com a mudança de ares, a jogadora voltou a ter boas atuações e fez parte do elenco da seleção feminina da Olimpíada de Tóquio. O Barcelona ainda não se manifestou sobre o caso.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade