Ativista palestina é detida pelo Exército de Israel por 'incitação ao terrorismo'
Jovem Ahed Tamimi é considerada ícone da resistência palestina desde os 14 anos
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A ativista palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, foi presa pelo Exército de Israel após ser acusada de "incitação ao terrorismo", segundo anunciado pelos militares. Ela ficou conhecida por sua luta contra a ocupação israelense da Cisjordânia, e foi detida na cidade de Nabi Saleh, onde nasceu.
"Ahed Tamimi, suspeita de incitar a violência e atividades terroristas, foi detida na cidade de Nabi Saleh", perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, afirmou um porta-voz militar. "Tamimi foi levada pelas forças de segurança israelenses para ser interrogada", acrescentou a fonte.
A operação israelense tinha o objetivo de deter indivíduos suspeitos de participar de atividades terroristas e incitar o ódio no norte da Cisjordânia, declarou o porta-voz, segundo informações da agência de notícias internacional AFP. Ainda de acordo com a agência, uma fonte dos serviços de segurança enviou uma publicação no Instagram, atribuída a Tamimi, que pede o "massacre" de israelenses em "todas as cidades da Cisjordânia, Hebron e Jenin".
A mãe de Ahed negou que a filha tenha escrito a mensagem, e disse que ela é acusada de incitar violência mesmo sem ter escrito a referida mensagem.
"Há dezenas de contas com a foto de Ahed, mas com as quais ela não tem qualquer vínculo. Quando Ahed tenta abrir uma conta nas redes sociais, ela é bloqueada imediatamente", disse Narimane Tamimi.
Não foi possível verificar se a conta na rede social realmente pertence à ativista. Segundo a mãe, seu marido Bassem al Tamimi foi detido em 20 de outubro, quando retornava de uma viagem e, desde então, a família não tem notícias dele.
Quem é a ativista?
Ahed Tamimi ficou conhecida aos 14 anos de idade, quando foi filmada mordendo um soldado israelense para impedir que seu irmão mais novo fosse preso. Aos 16 anos, em 2017, ela deu um tapa em um soldado israelense no quintal de sua casa. Depois do fato, ela foi detida pelos militares e condenada a oito meses de prisão. Ela foi solta em julho de 2018.
Desde então, a jovem se tornou símbolo mundial da causa palestina e é considerada pelos locais como um exemplo de coragem diante da repressão. Um retrato gigante de Tamimi foi pintado perto de Belém, em um muro construído pelos israelenses.
