Ativistas e parlamentares acusam estudantes da Unisa de blackface: "Simplesmente horrendo"
Em ato de importunação sexual em jogo de vôlei feminino, estudantes de Medicina da Unisa estavam pintados de preto
No último domingo, 17, vídeos de estudantes de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), de São Paulo, em ato de importunação sexual durante um jogo feminino de vôlei ganhou repercussão nas redes sociais. Além da conduta sexual, ativistas e parlamentares também acusam os estudantes de fazerem "blackface", prática racista de se pintar de preto para escurecer a pele.
"Não bastasse o ato machista e criminoso que estudantes da Unisa fizeram contra jogadoras de vôlei, eles ainda estavam pintados de preto. Esse racismo também precisa ser denunciado, junto com a misoginia. Esperamos que respondam por tamanho absurdo. Simplesmente horrendo!", escreveu a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ).
A deputada estadual Monica Seixas (PSOL-SP) comentou nas redes sociais que ficou chocada ao saber que as imagens que repercutiram recentemente são dos jogos universitários de abril. "Agora não me surpreende imagens em baixa resolução que deixem dúvidas se são homens negros porque ninguém cita o fato de que são brancos pintados de preto", disse ela.
Importunação sexual
Nos vídeos que circulam pelas redes sociais, cerca de 20 homens correm pela quadra sem roupa simulando uma "masturbação coletiva". Na última segunda-feira, 18, a Unisa informou que os estudantes identificados foram expulsos.
"Assim que tomou conhecimento de tais fatos, mesmo tendo esses ocorrido fora de dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a Instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento, ainda nesta mesma segunda-feira (18/09), com a expulsão dos alunos identificados até o momento", diz a nota. A Polícia Civil está investigando o caso. Além da Unisa, a Universidade São Camilo também apura se seus alunos ficaram nus no mesmo torneio.
O hino da atletica de Medicina da Unisa ganhou destaque nas redes sociais. A canção contém trechos como "enfia o dedo nela" e "na rima do pudendo", um termo médico usado para se referir à "rachadura" entre os grandes lábios vaginais.