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Atriz de "Malhação" e "As Five" relembra relacionamento abusivo: "Ele rastreava tudo"

Gabriela Medvedovsky, de 31 anos, namorou um homem quatro anos mais velho que ela aos 18 e conta que sempre era diminuída pelo rapaz

4 mar 2024 - 15h57
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Gabriela Medvedovsky tinha medo de se aproximar de outros garotos, porque o homem poderia achar que ela estava flertando com eles
Gabriela Medvedovsky tinha medo de se aproximar de outros garotos, porque o homem poderia achar que ela estava flertando com eles
Foto: Reprodução: Instagram/gabimedvedovsky

A atriz Gabriela Medvedovsky, de 31 anos, intérprete de Keyla em "Malhação: Viva a Diferença" e na série "As Five", que continua a história do grupo de amigas formado por Tina (Ana Hikari), Benê (Daphne Bozaski), Ellen (Heslaine Vieira) e Lica (Manoela Aliperti), revelou que já viveu um relacionamento abusivo.

Assim como sua personagem, que é mãe solo de Tonico e teve alguns relacionamentos tóxicos nas duas produções, Gabriela passou por uma situação semelhante aos 18 anos, quando estava no primeiro ano da faculdade. O garoto era quatro anos mais velho que ela quando se relacionaram. Eles não saíam em grupo, uma vez que ele não queria se enturmar com os amigos dela e Gabriela não se sentia confortável perto dos amigos dele.

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Segundo a atriz, o homem a impedia de curtir a sua vida de estudante por causa de ciúmes. "Nunca dei ‘motivos’ para isso, sempre fui uma pessoa bem tranquila. Eu não saia tanto, não usava roupas muito ousadas. Mas, por conta dessa relação de diferença de idade, eu sentia que tinha uma hierarquia", disse à Marie Claire.

"Ele se colocava muito como uma pessoa madura e eu era a ‘criança’. Na época, não via isso num lugar negativo, não conseguia discernir. Então, também naturalizava isso", completou.

Gabriela costumava encontrá-lo após sair com as amigas, o que o incomodava. "Por exemplo, tinha uma festa que era do meu grupo de dança. Uma vez tiraram foto minha lá e colocaram no Facebook. Ele rastreava tudo e todos os lugares que eu tinha ido e aí me mandava mensagem, dizendo que eu estava ‘com cara de bêbada’, ‘não gostava do que eu tinha vestido’ e que eu ‘estava dando em cima de outros'", revelou.

O homem a diminuía e a manipulava. "Parabéns, você está ficando igual as suas amigas", disse ele para a atriz uma vez. "Ele costumava usar a tática de me diminuir, como se minhas amigas fossem ruins, querendo me afastar delas. Outro mecanismo era o de manipulação, tentando fazer com que eu me sentisse inadequada, com medo também", continuou.

A atriz ainda contou que tinha medo de se aproximar de outros garotos, porque o ex-namorado poderia achar que ela estava flertando com eles. "Só que eles eram meus colegas de dança que eu encontrava toda semana para dançar", acrescentou em entrevista para a Marie Claire.

"Eu sabia que algo estava errado, mas não imaginava que era uma relação abusiva. Afinal, esse cara era ‘o cara legal’. Todos o adoravam. Eu me perguntava: 'como alguém assim poderia ser abusivo?' Vi esse lado dele e queria acreditar nessa bondade", refletiu.

Em determinado momento, Gabriela e o homem começaram a trocar xingamentos pesados e a brigar na rua. "Nunca chegou a ser físico, mas ele me segurava pela blusa e me sacudia", disse ela.

Reações no corpo

Por causa do relacionamento abusivo, Gabriela teve reações no corpo através da somatização, uma condição psicossomática que, originada ou agravada pelas emoções, pode causar dores ou outras reações físicas no corpo. No caso da atriz foi uma "urticária gigante".

"Era como se meu corpo falasse para eu entender que algo não estava bem. Quando tinha essas crises, era durante as nossas brigas, discussões... Durante meio ano, ficamos terminando e voltando repetidamente, sempre nesse ciclo. Eu ia para uma festa, ele queria ficar no telefone brigando comigo, e eu passava a festa toda chorando. No entanto, eu não compreendia, não fazia essa conexão. Pensava que era apenas mais uma reação alérgica", contou.

O término

O relacionamento da atriz terminou por causa de um intercâmbio que já estava planejado. Gabriela contou que o homem tentava desencorajá-la a ir. "Eu respondia: 'Vou! Não há nada que você possa dizer para me fazer desistir. Era um sonho'. Eu não era submissa a ele, mas ficava ali. Essa viagem representou liberdade para mim."

"Eu verbalizei para ele que queria terminar, mas não conseguia tomar essa decisão. No entanto, sabia que essa experiência estava à frente e não queria me comprometer. No dia em que parti, ele foi até minha casa para se despedir de mim. Eu fui. E desde então, nunca mais tive alergia", afirmou para a Marie Claire.

A atriz teve conhecimento da dimensão do que vivenciou após voltar para a terapia e buscar ferramentas para aprender a lidar com tudo o que passou no antigo relacionamento. "Isso incluiu tratamento analítico, trocas com amigas e estudos mais aprofundados sobre o feminismo. Com o feminismo entrando na minha vida e essas discussões sobre o assunto, hoje me sinto muito mais confortável para falar sobre isso, principalmente porque já não dói mais", disse.

Fonte: Redação Nós
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