Atriz revela que foi alvo de homofobia aos 12 anos, quando era paquita da Xuxa
Stephanie Lourenço assumiu sua bissexualidade 20 anos depois de ter trabalhado com a apresentadora
A atriz Stephanie Lourenço, 36 anos, revelou no documentário “Para Sempre Paquitas”, disponível no Globoplay, que já foi alvo de homofobia na pré-adolescência durante a sua época de paquita.
Stephanie, que foi assistente de palco da Xuxa dos 11 aos 14 anos de idade, afirmou que, na época, passou a não se identificar com muitos dos requisitos impostos às paquitas.
“Chegou uma fase da minha vida ali, que eu já não me identificava com aquela feminilidade, com aquelas danças. Eu comecei a perceber que eu gostava de meninas e também comecei a perceber que eu não me sentia tão à vontade naquele lugar, apesar de eu amar aquele lugar”, disse Stephanie.
“E eu, já me descobrindo como parte da comunidade LGBT, não era o que se esperava de uma Paquita. Eu sofri um tanto de homofobia ali naquela fase que foi difícil, mas eu era muito corajosa”, acrescentou.
Apesar de Stephanie sentir que tinha a liberdade de falar para as outras paquitas sobre sua orientação sexual, ela não sentia o mesmo vindo dos adultos e detalhou uma ocasião em que foi chamada de “sapatão”, quando tinha 12 anos.
"As meninas achavam curioso. Eu contava algumas fofocas para ela, elas ficaram curiosas e me apoiavam. A pressão era dos adultos em volta. Alguém me chamou de sapatão ali no ambiente do camarim”, revelou.
Além disso, ela foi instruída por um produtor a nunca mais dizer no local de trabalho que ela também gostava de meninas. “Era uma pessoa que foi abusiva moralmente comigo durante todo o meu percurso, que me chamava atenção e falava: 'você tem que se vestir igual às meninas'. 'Você está muito desleixada'. Era coisa que chegava em mim, tipo: 'Ah, as meninas precisam tomar cuidado com a Stephanie, porque ela gosta de meninas'. E aí, o medo de ser julgada, de perder minhas amigas”, completou, sem citar nomes.
Stephanie se sentiu reprimida por anos, o que a levou a revelar sua bissexualidade depois de suas décadas. "Eu estava pronta para falar que eu não era, ali naquele momento, mas, por algum motivo, eu não falei, e acabei ficando 20 anos dentro do armário. E eu vi que eu me reprimi de uma forma muito violenta por muitos anos”.
“Era uma metade de mim que eu esqueci. Só que quando eu me reencontrei também, veio muito forte. Me senti uma potência muito grande e tenho muito orgulho de dizer hoje que eu sou uma mulher bissexual. Eu sinto que agora eu sou eu", concluiu.