Batalha de rima em SP celebra 50 anos do Hip-Hop e reúne júri com Kamau e Clara Lima
Competição passou pela capital paulista e elegeu três novos nomes que vão competir pelo título nacional de melhor MC de 2023 Texto: Bárbara Cavalcante | Imagem: Fabio Piva/Red Bull Content Pool
Em busca dos mestres do improviso, no último sábado (26), a capital paulista recebeu a etapa regional do "Red Bull FrancaMente", uma das maiores batalhas de rima do país para descobrir quem são os novos talentos do rap nacional.
Nessa etapa classificatória, 16 MCs se enfrentaram no estilo "mano-a-mano". E após mostrarem suas melhores rimas, os três melhores classificados garantiram vagas para a final nacional, que será no dia 30 de setembro, na Audio Club, também em São Paulo.
Com apresentação de MC Dory de Oliveira, a seletiva paulista teve público contagiante. Para chegarem à fase classificatória, os MCs passaram pelo crivo dos jurados Kamau, Clara Lima e Motta, que avaliaram os rimadores de acordo com conteúdo, técnica, musicalidade e performance.
"A sensação de ser campeão de uma batalha como essa é das melhores possíveis. No ano passado eu também venci a etapa de São Paulo do Red Bull FrancaMente, mas perdi no nacional e desde então fiquei com aquilo na minha cabeça, pensando que poderia ter ido mais longe", disse Tubarão em declaração enviada pela assessoria do evento.
Cultura é o mais importante elemento do Hip-Hop, diz rapper Kamau
Falando sobre as batalhas e a importância do Hip-Hop, o rapper Kamau, em entrevista à Alma Preta, considera que, desde 1997, quando iniciou sua carreira, houve mudanças importantes no gênero. Entre elas, o artista elenca pontos como o aumento do profissionalismo, maior estruturação, e também o crescimento do interesse do público pelo gênero.
"A gente viu várias ondas vindo e passando, várias coisas novas que vieram para ficar. A internet mudou muito o jeito de se consumir o Hip-Hop — lembrando sempre que a cultura é o mais importante dos quatro elementos principais [do Hip-Hop]. Hoje, nós temos o break nas Olimpíadas, grafite nos museus, rap como tema de faculdade, rappers que se formaram e levaram o rap adiante de alguma outra forma", comenta o rapper.
Para Kamau, essas mudanças devem continuar, mas precisam ser incentivadas.
"Muita coisa mudou e acho que a tendência é sempre melhorar, mas isso depende muito de quem propaga a essência que vem desde o começo", conclui.