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"Batalhamos para que as pessoas não virem velhos chatos", diz Gilda Bandeira, do canal Avós da Razão

As amigas e influenciadoras Gilda Bandeira, 82, e Sônia Bonetti, 86, conquistaram a internet ao tratar de variados assuntos com humor

6 abr 2024 - 05h00
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Resumo
Gilda e Sônia, conhecidas como as Avós da Razão, conquistaram sucesso na internet com humor e leveza ao abordar temas relacionados à autoestima, sexo e beleza. Elas destacam a importância da amizade feminina para envelhecer com cuidado e sem limitações.
Canal Avós da Razão surgiu em 2018, em uma mesa de bar
Canal Avós da Razão surgiu em 2018, em uma mesa de bar
Foto: Karine Britto

Há mais de 50 anos, desde quando se conheceram, a mesa do boteco é o lugar preferido delas. É nesse lugar que as amigas e influenciadoras Gilda Bandeira, 82, e Sônia Bonetti, 86, conhecidas como as Avós da Razão, registram boa parte de seus conteúdos e onde vão conversar todas as semanas - e tomar um chopp gelado. 

O sucesso das octogenárias na internet é atrelado ao humor e leveza com que conduzem os mais variados assuntos, desde dicas de filmes, passeios culturais e gastronômicos, até temas relacionados à autoestima, sexo e beleza. Uma amizade que permanece por mais de cinco décadas e que encara a etapa do envelhecimento com possibilidades, deboche e menos limitação. 

A ideia do canal Avós da Razão surgiu em 2018. Onde? Em uma mesa de bar, claro. Cassia Camargo, ex-nora de Gilda, foi quem as incentivou a criar o projeto, com a vontade de mostrar que envelhecer pode ser diferente do que se imagina.

No início, a formação do canal contava com Helena Wiechmann, 95, que deixou o grupo para cuidar de outros compromissos e descansar. Elas todas seguem amigas. 

"[O espaço] é, na verdade, uma continuação da nossa amizade, da nossa vida, dos nossos gostos e atividades. A Cassia achou que tínhamos um conteúdo para movimentar os velhos e perguntou se nós topávamos criar o canal. A gente topou, até porque a gente topa todas as paradas", diz Sônia, aos risos, em entrevista ao Terra Nós

Sobre a recepção do público, ela comenta que os seguidores são alinhados ao pensamento delas, mas vez ou outra aparece um "azedo". "Tem gente que não gosta, fica chocado porque acha que o lugar do velho é ficar em casa", comenta Sônia. 

"É cada crítica de chorar de rir, né, Sônia?", emenda Gilda. "Já mandaram a gente ir para a igreja, não ficar de biquíni ou bebendo", relembra, ainda que esse tipo de comentário apareça bem pouco, segundo as amigas. 

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Sônia, que já foi modelo fotográfica e trabalhou no Mercado de Pinheiros, em São Paulo, aponta que "até pouco tempo atrás, o velho era considerado um ser inútil que não servia mais para nada". Hoje, felizmente, esse pensamento vem mudando, graças à quebra de estereótipos impulsionada por perfis como o das Avós da Razão. 

Tem como se prepararar para a velhice?

Gilda acrescenta que é impossível se preparar para a velhice, simplesmente acontece. "A gente não se prepara. Ela [a velhice] vem. E graças a Deus. Porque a outra opção não é muito boa [risos]. Se você não fica velho é ruim", destaca, com humor. 

"Sempre fomos o tipo de pessoa que nada contra a maré. Então, a gente batalha para que as pessoas não virem velhos chatos. Quanto mais chato você é, mais distante você fica dos netos, da sua família", complementa Gilda, que foi figurinista no SBT por mais de 20 anos. 

Além disso, o papel delas é influenciar pessoas 70+ a se divertirem e ocuparem os espaços de lazer nas cidades. "O velho precisa preencher a vida com coisas que sejam agradáveis. Podemos nos divertir, dar risada e manter as atividades que sempre gostamos de fazer", diz Sônia.  

"Somos a primeira geração que encara a velhice como uma simples etapa. Você continua fazendo as mesmas coisas, como se fosse antes", comenta Sônia. "Mais devagar, porém, as mesmas coisas", completa Gilda. 

@avosdarazao Saude, bom humir e ponto♥️#avosdarazao #foryou #fyp #inspiração #longevidade ♬ som original - avosdarazao

Uma cuida da outra

Rolezeiras, as amigas também falam da importância da amizade feminina, sobretudo durante a velhice. "Para a mulher, é um arrimo, uma cuida da outra, têm os mesmos problemas e se interessam pelos mesmos temas. É um cuidado."

"Porque a gente está no mesmo patamar e nos preocupamos. Quando ficamos velhos, a gente não sara, só melhora [risos]", defende Gilda. 

Ela finaliza que a amizade é uma roda viva e um acolhimento importante em qualquer fase da vida. "Quando notamos que uma amiga está meio parada, perguntamos se ela está bem. Melhorou? Está tomando antibiótico? Pode beber? Se sim, vamos beber. Vou na casa dela e bebemos juntas, vemos séries, ouvimos as notícias. É muito bom isso."

Fonte: Redação Nós
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