Biles e ginastas processam FBI por falha em caso de assédio
Valor da indenização pedida pelas atletas é de cerca de R$ 4,87 bilhões
Um grupo de 90 atletas e ex-atletas da ginástica artística dos Estados Unidos, incluindo a campeã olímpica Simone Biles, anunciou um processo contra o FBI no valor de mais de U$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,87 bilhões) por não ter evitado novos casos de abuso sexual após as primeiras denúncias feitas contra o médico esportivo Larry Nassar.
Elas alegam que houve erro investigação no caso de assédio e abuso sexual, e que o órgão americano o órgão "não respondeu às alegações contra Nassar com a maior seriedade e urgência de que eles mereciam e exigiam".
As primeiras denúncias contra o médico da seleção norte-americana de ginástica olímpica surgiram em 2015, e a investigação iniciou apenas em 2016. Segundo as atletas, os casos de assédio aconteceram por mais um ano, sem punição.
De acordo com uma das atletas responsáveis pela denúncia, McKayla Moroney, a polícia americana não levou a sério seu depoimento, e ainda alterou algumas de suas falas:
"Depois de contar toda a minha história de abuso ao FBI em 2015, não apenas o FBI não relatou meu abuso, mas quando finalmente documentou minha denúncia 17 meses depois, eles fizeram afirmações totalmente falsas sobre o que eu disse."
Dona de cinco medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, Simone Biles também depôs sobre o caso.
No senado dos EUA, no ano passado, Biles já havia citado a omissão do FBI e da federação norte-americana de ginástica, que fez um acordo com o Comitê Olímpico dos EUA no valor de US$ 380 milhões (R$ 1,8 bilhão).
"Não quero que nenhuma outra atleta sofra o horror que eu vivi. Sofremos e seguimos sofrendo porque ninguém fez o necessário para nos proteger. Falharam conosco e merecemos respostas. Nassar está no lugar a que pertence, mas aqueles que permitiram os abusos têm de prestar contas", disse a atleta na ocasião.
"Se o FBI tivesse simplesmente feito o seu trabalho, Nassar teria parado antes de abusar de centenas de garotas, incluindo eu mesma", afirmou a ex-ginasta Samantha Roy.
Após investigação e julgamentos, Nassar admitiu culpa em 2017, e foi condenado a prisão. Hoje a soma das condenações já supera 360 anos de reclusão, incluindo os casos de abuso e assédio sexual e posse de materiais de pornografia infantil.