Brasil tem mais da metade dos idosos a partir de 80 anos com alguma deficiência; veja dados
Média é quase seis vezes maior que o geral; IBGE aponta que 8,9 milhões de pessoas com deficiência no País
Um estudo divulgado nesta sexta-feira, 7, mostra que mais da metade dos idosos brasileiros a partir de 80 anos apresenta algum tipo de deficiência. A incidência entre os mais velhos é quase seis vezes maior do que a média geral; no Brasil, 18,6 milhões de pessoas apresentam algum tipo de deficiência, o equivalente a 8,9% da população.
Os números foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada no terceiro trimestre do ano passado.
A pesquisa considerou pessoa com deficiência todos os moradores com dois ou mais anos de idade que tenham respondido ter “muita dificuldade” ou “não conseguir de modo algum” realizar atividades simples do cotidiano, como ouvir, andar ou subir degraus, e isso mesmo que elas fizessem uso de algum dispositivo - por exemplo, pessoas que usam aparelhos auditivos, mas ainda assim têm dificuldade de ouvir.
Isso explica, ao menos em parte, o alto índice de idosos apontados na pesquisa. Entre os brasileiros com 80 anos ou mais, 52,1% afirmaram ter alguma deficiência no final do ano passado. Essa taxa cai conforme diminui a faixa etária, mas na soma geral 47,2% das pessoas com deficiência no Brasil tinham 60 anos ou mais.
De acordo com o IBGE, o mesmo padrão é visto em todas as cinco regiões do País, mas os maiores percentuais foram registrados nas regiões sul e sudeste, onde o envelhecimento da população em geral está acima da média nacional.
Quatro das cinco regiões brasileiras apresentaram taxa de pessoas com deficiência na casa dos 8%. A exceção está no nordeste, onde esse número chegou a 10,3%.
Taxa de analfabetismo é 5 vezes maior em pessoas com deficiência
Quando se compara o universo de pessoas pesquisadas, fica claro as dificuldades encontradas por pessoas com deficiência. No computo geral, a taxa de analfabetismo, de 19,5%, é quase cinco vezes maior em relação a pessoas sem deficiência (4,1%).
A prevalência também é maior conforme a faixa etária. Mais de um quarto dos idosos brasileiros com alguma deficiência (25,1%) informou ser analfabeto, índice que representa o dobro daquele visto nas pessoas com 60 anos ou mais e que relataram não ter nenhuma deficiência; 12,6% dos brasileiros nessa faixa etária informaram não saber ler e escrever.
Apesar de o IBGE já ter feito estudos anteriores sobre o tema no passado, o instituto informou que não é possível fazer comparações entre os dados ou mesmo uma série histórica. Isso porque o questionário apresentado durante a PNADC do ano passado foi mais abrangente do que aquele visto em levantamentos anteriores. Além disso, as classificações e conceitos mudaram ao longo dos anos.