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Cabeleireiro diz que não contrata "gordo, petista, preto e viado"

Diego Beserra Ernesto afirmou que algumas pessoas pretas "se fazem de vítima da sociedade". Um boletim de ocorrência já foi feito

7 fev 2023 - 16h53
(atualizado às 16h56)
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Áudio foi enviado para outro cabeleireiro que pretendia contratar assistente negra
Áudio foi enviado para outro cabeleireiro que pretendia contratar assistente negra
Foto: Reprodução/Redes sociais

Recentemente, um áudio do cabeleleiro Diego Beserra Ernesto com mensagens preconceituosas ganhou repercussão nas redes sociais. Nele, Diego disse que não contrata "gordo, petista, preto, feminista e viado". O áudio foi enviado para o cabeleireiro Jeferson Dornelas, que alugava parte do salão de Diego, no bairro de Perdizes, na zona oeste de São Paulo, segundo informações da CNN Brasil.

Jeferson iria contratar uma assistente negra, gorda e que tinha o cabelo curto, mas ela não aceitou a proposta. "Falei que a moça não iria trabalhar mais [porque] ela recebeu outra proposta. A resposta foi esse áudio", disse Jeferson sobre a resposta de Diego.

"Eu coloquei uma regra pra mim. Eu não contrato gordo, petista e não contrato preto. No caso do preto, alguns se fazem de vítima da sociedade. No caso da mulher tem duas coisas. Gorda e preta. Ela não cuida nem do próprio corpo. Como vai ter responsabilidade na vida? Essas minas que usam cabelo curto é feminista. A gente não sabe. Eu não sei. Não ‘tô’ generalizando, dizendo que todas são, mas tem uma grande probabilidade de ser feminista. Feminista é um saco, mano! Você não pode falar nada. Esqueci de falar, mano. Não contrato mais viado. Só se a pessoa estiver mentindo", disse Diego no áudio.

Jeferson afirmou que fez um boletim de ocorrência e que Diego o procurou para fazer um acordo. Ele também disse que estaria disposto a se retratar. Jeferson irá prestar depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, em São Paulo.

Antonio Isuperio, ativista de direitos humanos, foi o responsável por divulgar a ocorrência e formalizar uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo. Ele disse que a atitude de Diego foi "criminosa e é muito simbólica, porque é o que sempre soubemos que acontece, mas nunca acreditaram em nós".

Ana Carolina Alves de Souza é a mulher que Jeferson pretendia contratar. Ela disse que Diego estava presente no local e que ficou constrangida com a expressão que ele fazia para ela. Ana está ciente da mensagem preconceituosa de Diego e disse que fará um boletim de ocorrência contra o cabeleleiro.

"Arrasada por ser julgada pela cor da minha pele, do meu cabelo, do meu corpo e me desmereceu como mulher", desabafou Ana.

A defesa de Diego disse que o áudio foi tirado de contexto e que Jeferson teria começado a falar sobre a aparência da mulher. Na versão de Diego, ele teria dividido suas experiências com outros funcionários no passado, mas Jeferson nega essa versão, de acordo com as informações da CNN Brasil.

Fonte: Redação Nós
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