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Caixa vai contratar empresa independente para 'investigações complementares' sobre assédio sexual

A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária realizada pelos membros do conselho de administração do banco

30 jun 2022 - 20h06
(atualizado em 1/7/2022 às 12h41)
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Funcionários da Caixa Econômica Federal protestam em frente à sede do banco em Brasília, contra o ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães, após acusações de assédio sexual se tornarem públicas
Funcionários da Caixa Econômica Federal protestam em frente à sede do banco em Brasília, contra o ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães, após acusações de assédio sexual se tornarem públicas
Foto: Reuters

BRASÍLIA - A Caixa informou, nesta quinta-feira, 30, que vai contratar uma empresa externa para realizar investigações complementares e avançar nas apurações sobre os casos de assédio sexual que envolvem seu ex-presidente Pedro Guimarães. A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária realizada pelos membros do conselho de administração do banco.

"Em razão dos fatos, o Conselho, reunido nesta data em sessão extraordinária, não somente determinou o prosseguimento da apuração pela Corregedoria, como deliberou pela contratação de uma empresa independente para promover investigações complementares", afirmou a Caixa. "As apurações, que resguardarão a integridade de todo e qualquer denunciante, serão acompanhadas pelo Comitê de Auditoria e reportadas ao Conselho, de forma tempestiva, para que novas providências delas decorrentes sejam adotadas, seja no âmbito preventivo ou punitivo."

A Caixa, que até o momento não tinha detalhado como as denúncias foram tratadas internamente, informou que tomou conhecimento das denúncias que resultaram em um procedimento apuratório do Ministério Público Federal contra Pedro Guimarães no dia 28 de junho, quando a reportagem do site Metrópoles foi publicada.

Segundo o banco, naquele mesmo dia, o presidente do conselho de administração pediu formalmente ao Comitê de Auditoria da Caixa que buscasse informações sobre a existência de apuração dos mesmos fatos no âmbito interno da Caixa, para que pudesse tomar ciência do tema e deliberar sobre as próximas medidas que deveriam ser adotadas, o que foi comunicado aos demais membros do Conselho na manhã do dia 29, segundo a Caixa.

"Apuradas as informações preliminares, foi identificada a existência de denúncia recebida pelo Canal de Denúncias da CAIXA em maio deste ano. O Canal de Denúncias da CAIXA, como recomendam as boas práticas de governança, é gerido por entidade externa, de modo a preservar a identidade dos denunciantes", declarou o banco.

Segundo a Caixa, a denúncia foi encaminhada à sua corregedoria, que procurou obter da denunciante anônima mais informações para início de uma investigação interna. "As interações que ocorreram nas últimas semanas entre a Corregedoria da CAIXA e o denunciante foram intermediadas pelo Canal de Denúncias, para preservar o seu anonimato. Somente no dia 28 de junho o denunciante apresentou um conjunto de informações suficiente para o prosseguimento da apuração interna no âmbito da Corregedoria, que está em andamento e foi informada nesta data ao Conselho de Administração."

Com a demissão de Pedro Guimarães, a presidência da Caixa será assumida por Daniella Marques, ex-secretária do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ela já declarou que pretende criar um comitê de crise com uma força tarefa para apuração das denúncias de assédio sexual no banco.

Enquanto não assume o posto devido a trâmites burocráticos, o conselho do banco designou a vice-presidente de Habitação, Henriete Alexandra Sartori Bernabé, para responder pela presidência da Caixa.

"O Conselho de Administração da CAIXA registra que condutas ilícitas não são toleradas, em especial as de assédio sexual ou de qualquer natureza, e, se comprovadamente praticadas por agentes da instituição, receberão o devido tratamento previsto na legislação e nas normas internas da empresa", afirmou a empresa. "Sabemos da complexidade da situação e tudo apuraremos, na continuidade das ações de boas práticas na CAIXA."

Estadão
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