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Cantor R. Kelly é condenado a 30 anos de prisão por abuso sexual

Artista de R&B está preso desde 2019 e foi condenado por extorsão e tráfico sexual. Entre as vítimas que testemunharam em 2021, estão mulheres e homens — alguns dos quais relataram abusos quando ainda eram menores de idade.

29 jun 2022 - 19h16
(atualizado em 30/6/2022 às 10h24)
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R. Kelly em foto de 2019, quando foi preso após ser indiciado
R. Kelly em foto de 2019, quando foi preso após ser indiciado
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O cantor americano R. Kelly foi condenado a 30 anos de prisão por abusar sexualmente de menores de idade, homens e mulheres.

O artista de R&B já havia sido considerado culpado em setembro do ano passado por crimes de extorsão e tráfico sexual. Ao determinar, agora, a pena, a juíza Ann Donnelly afirmou nesta quarta-feira (29) que o cantor de 55 anos mostrou "indiferença ao sofrimento humano".

Os advogados do artista, cujo nome verdadeiro é Robert Sylvester Kelly, dizem que irão recorrer. Quando o veredicto foi anunciado, Kelly não reagiu e depois se recusou a se posicionar sobre a decisão.

No ano passado, durante seis semanas, 11 homens e mulheres testemunharam em um tribunal de Nova York contra Kelly. Alguns deles relataram terem sofrido abusos quando eram menores de idade.

Uma mulher que usou o pseudônimo Addie relatou no tribunal que foi estuprada por R. Kelly nos bastidores de um show em Miami após ela e uma amiga serem abordardadas por dois homens "que pareciam seguranças" e as convidaram para visitar o camarim.

Ao chegar lá, Addie contou que o cantor tirou todo mundo da sala e a estuprou violentamente. O ataque ocorreu apenas dois dias após o casamento de R. Kelly com a cantora Aaliyah, que tinha 15 anos.

O tribunal também ouviu como Kelly obteve ilegalmente a papelada para se casar com Aaliyah em 1994. A certidão de casamento colocava a idade de Aaliyah como 18 anos. O matrimônio foi anulado meses depois.

Dois homens também testemunharam contra o cantor, conhecido por músicas como I Believe I Can Fly e Ignition.

Um deles usou o pseudônimo Louis ao depor e disse que conheceu Kelly em 2006, quando tinha 17 anos e trabalhava no turno da noite em uma lanchonete do McDonald's em Chicago. O artista lhe deu seu número de telefone e o convidou para sua casa. Em um desses encontros, o cantor perguntou a Louis se ele já havia "tido alguma fantasia" com homens e, em seguida, R. Kelly teria feito sexo oral no jovem, que ainda era menor de idade.

Segundo Louis, depois, Kelly pediu para o que aconteceu ficasse apenas entre os dois, acrescentando: "agora somos família, somos irmãos".

Lizzette Martinez e Jovante Cunningham, duas das mulheres que acusaram R. Kelly de abuso sexual, participaram de entrevista coletiva em frente a tribunal de Nova York nesta quarta-feira (29)
Lizzette Martinez e Jovante Cunningham, duas das mulheres que acusaram R. Kelly de abuso sexual, participaram de entrevista coletiva em frente a tribunal de Nova York nesta quarta-feira (29)
Foto: EPA / BBC News Brasil

Durante o julgamento, foi demonstrado que o cantor traficava mulheres entre diferentes Estados dos EUA, auxiliado por gerentes, seguranças e outros membros de sua equipe.

Os promotores federais haviam recomendado que Kelly fosse condenado a mais de 25 anos de prisão, dada a gravidade de seus crimes e "a necessidade de proteger o público de novos crimes". Já os advogados pediram uma sentença de 10 anos.

A defesa retratou Kelly como alguém crescido na pobreza em uma casa repleta de violência doméstica. Segundo os advogados, o cantor sofreu abuso sexual desde muito cedo. Eles diseram que Kelly estava "devastado" com a sentença.

Kelly está preso desde 2019, quando foi indiciado por promotores federais em Nova York e Chicago. Seus três anos atrás das grades foram agitados, incluindo uma briga com outro preso e uma infecção por covid-19 no início deste ano.

O cantor enfrentará novas ações em agosto, quando será julgado novamente — desta vez em Chicago por acusações de obstrução e pornografia infantil. Ele também deve enfrentar acusações de abuso sexual nos tribunais de Illinois e Minnesota.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-61989956

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