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Carolina Ignarra: "Acessibilidade não é boa só para PcDs, ela é boa e impacta a vida de todos"

Fundadora do Grupo Talento Incluir ainda destaca que lei de cotas é fundamental, mas o ideal é que um dia ela não seja mais necessária

10 mai 2023 - 05h00
(atualizado às 17h12)
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Carolina Ignarra destaca que a lei de cotas é fundamental para evitar que pessoas sem privilégios fiquem isoladas do mercado de trabalho
Carolina Ignarra destaca que a lei de cotas é fundamental para evitar que pessoas sem privilégios fiquem isoladas do mercado de trabalho
Foto: Arthur Calasans

Carolina Ignarra é uma das principais profissionais do país quando o assunto é diversidade, inclusão e pessoas com deficiência. Fundadora e CEO do Grupo Talento Incluir, a executiva atua levando essa discussão ao mundo corporativo.

Carolina participou da terceira edição do Women On Top, um dos maiores encontros de mulheres CEO's e empreendedoras da América Latina, e concedeu uma entrevista ao Terra NÓS sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A empresária observa uma evolução na discussão sobre diversidade e inclusão das pessoas com deficiência, mas ressalta que o assunto merece ser aprofundado.

“Acho que temos uma evolução pontual, mas com a mentalidade de 15 anos atrás. Existem empresas que foram respondendo à lei de cotas, durante todos esses anos, mas os números ainda demonstram certa defasagem na aplicação da legislação. Muitas empresas não cumprem  as determinações — e não se trata de um problema setorial ou pontual”.

Criada em julho de 1991, a lei 8.213 estabelece cotas de contratação de PcDs nos seguintes termos:

  • Empresas com até 200 funcionários devem contratar 2% de PCDs;
  • Empresas de 201 a 500 funcionários devem contratar 3% de PCDs;
  • Empresas de 501 a 1.000 funcionários devem contratar 4% de PCDs;
  • Empresas de acima de 1.000 funcionários devem contratar 5% de PCDs.

Apesar de apontar que a determinação não é cumprida à risca, Carolina Ignarra destaca que a lei de cotas é fundamental para evitar que pessoas sem privilégios fiquem isoladas do mercado de trabalho. “É bem desafiador trabalharmos com a aplicação da lei de cotas para PcDs, mas vejo que ela é necessária e trabalho todo dia para que ela não exista no futuro”.

Ela ressalta que as empresas focam na contratação, mas existem outros pilares que devem ser observados, como acessibilidade e carreira. Uma pesquisa do Instituto Noz aponta que 6 em cada 10 PcDs no mercado de trabalho nunca foram promovidos e nunca receberam um aumento de salário.

A profissional diz que, mesmo com a falta de uma cultura apropriada ou condições de acessibilidade, a contratação deve acontecer de forma simultânea com as melhorias dos outros dois pilares, para que se tenham uma evolução considerável.

"A gente defende que se faça uma mudança em conjunto. Se esperar que o mundo fique acessível, não saímos de casa. Na prática, se eu não estiver ali, presente, a sociedade não nos percebe. E a acessibilidade não é boa só para pessoas com deficiência, ela é boa e impacta a vida de todos".

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Fonte: Redação Nós
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