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Casal flagrado imitando macacos em roda de samba no Rio é indiciado por racismo

Caso será encaminhado para o Ministério Público do Rio de Janeiro

20 nov 2024 - 15h58
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Homem e a mulher flagrados pelos gestos não tiveram os nomes revelados.
Homem e a mulher flagrados pelos gestos não tiveram os nomes revelados.
Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Civil indiciou por racismo o professor e a mulher argentina, flagrados imitando macacos durante uma roda de samba, em julho, no Rio de Janeiro. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a dupla, ambos brancos, fazendo gestos e sons imitando primatas. O inquérito será encaminhado para o Ministério Público. 

O caso foi concluído após quatro meses de investigação pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), de acordo com a TV Globo. O professor, de 41 anos, é de São Paulo, e assim como a argentina, estava no Rio para participar de um Fórum de Educação. 

De acordo com a delegada titular da Decradi, Rita Salim, após ouvir os envolvidos e testemunhas, a Polícia concluiu que houve discriminação racial no evento. “Nós entendemos que historicamente o local é frequentado por pessoas que são discriminadas ao longo do tempo, e essa questão, a dança imitando macaco, na verdade, remete a todo um racismo que é histórico, e a comparação entre animais e pessoas negras, no sentido de desumanizar a pessoas”, declarou. 

Caso sejam condenados, os dois podem pagar de três a cinco anos de prisão. “[Esse tipo de gesto] Não é permitido nem em tom de brincadeira, porque racismo recreativo é punido pela lei, é considerado crime e não é admitido. A liberdade de expressão encontra limite no direito do outro e, no caso feriu a dignidade da pessoa humana”, afirma. 

Agora, o inquérito deve ser encaminhado para o Ministério Público, que levará a denúncia ao Tribunal de Justiça. 

Relembre o caso

O caso ocorreu no dia 19 de julho deste ano, no Pede Teresa, roda de samba que acontece na Praça Tiradentes, no Centro do Rio. Embora as imagens tenham sido divulgadas nas redes sociais da organização, o homem e a mulher flagrados pelos gestos não tiveram os nomes revelados na época. 

O vídeo publicado na internet gerou indignação dos internautas e os responsáveis pelo evento se posicionaram com repúdio ao ocorrido. No entanto, o momento pode não ter sido o único episódio de racismo no local no mesmo dia. Isso porque Wanderson Luna, organizador do samba, revelou à TV Globo que os seguranças teriam visto outros argentinos fazendo gestos racistas.

Em nota publicada no Instagram, a organização disse que não tolera comportamentos como esse e fez um apelo para o público que presencie esse tipo de cena a reporte imediatamente aos organizadores do evento. A roda de samba diz que vai registrar boletim de ocorrência.

"Uma cena dessa é absolutamente inaceitável no Pede Teresa. Recebemos este vídeo hoje (sábado) cedo e o nojo toma conta de nossos pensamentos e palavras. Nojo. Nojo de toda essa branquitude disfarçada de paz e amor que vem no samba", escreveu a produção. (Confira vídeo abaixo)

"Pessoas brancas tem que pisar devagar e respeitar. Coloquem-se no lugar de vocês que é “nenhum”. Não fazemos questão deste tipo de presença em nosso samba e se virmos este comportamento inaceitável serão expulsos. Pessoas pretas que se sentirem de alguma maneira incomodadas em nosso samba devem procurar nossa produção", completou a organização do evento.

Fonte: Redação Terra
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