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Casal gay denuncia ateliê que se recusou a fazer "convites homossexuais" de casamento

Henrique Nascimento e Wagner Soares relataram o caso nas redes sociais, loja publicou nota de repúdio e citou "heterofobia"

24 abr 2024 - 11h28
(atualizado às 15h26)
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Resumo
Um casal gay afirmou ter sido vítima de homofobia após um ateliê de São Paulo se recusar a fazer 'convites homossexuais' para o casamento deles. O casal fez um boletim de ocorrência por homofobia após essa recusa.
Casal gay denuncia ateliê por se negar a fazer convite de casamento; empresa citou 'heterofobia':

Um casal gay denunciou nas redes sociais ter sido vítima de homofobia após um ateliê de São Paulo se recusar a fazer "convites homossexuais" de casamento. Henrique Nascimento entrou em contato com a Jurgenfeld Ateliê através do WhatsApp para fazer o orçamento. Ele e o companheiro, Wagner Soares, estão juntos há oito anos.

Wagner Soares disse nas redes sociais que ele e o noivo, Henrique, fizeram um boletim de ocorrência contra a loja por homofobia
Wagner Soares disse nas redes sociais que ele e o noivo, Henrique, fizeram um boletim de ocorrência contra a loja por homofobia
Foto: Reprodução: Instagram/walcardoso2012/X/@litraooo

Após Henrique informar o nome dos noivos e enviar referências de convites, o ateliê indicou que eles procurassem outra loja. "Peço desculpas por isso, mas nós não fazemos convites homossexuais. Seria bacana você procurar uma papelaria que atenda sua necessidade", escreveu a pessoa.

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O casal, então, enviou um texto para a empresa lamentando a atitude deles. "É com grande decepção que expressamos nossa profunda insatisfação com a recusa para o nosso casamento, simplesmente por sermos um casal homossexual."

"Ficamos chocados e entristecidos ao sermos informados de que nossa orientação sexual era um motivo para negar nossos convites de casamento", continuou o casal.

O ateliê

Após o casal compartilhar o ocorrido nesta terça-feira, 23, e o caso ganhar repercussão nas redes sociais, o ateliê Jurgenfeld publicou uma nota de repúdio com um vídeo, que foi apagada logo depois.

"Existe 'heterofobia?' Está aí uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia deste século diante de tantas barbáries que temos visto. Hoje, chegamos ao nosso ápice. Não aguentamos mais ter que aguentar tantas críticas e questionamentos sobre o fato de não realizarmos casamento ou eventos homossexuais", dizia a nota.

A loja informou que segue seus princípios "independentemente da opinião da maioria da sociedade". "Aqui, na nossa empresa, acreditamos na família como ela é, e não estamos pedindo para ninguém que acredita ao contrário mudar de pensamento ou posicionamento. Ao contrário, se você é mulher e casou com mulher, continuem casadas, se você é homem e casou com homem, então, por favor, continuem casados, porém aqui nós fazemos dessa forma e será dessa forma", afirmou.

"Existe 'heterofobia?' Está aí uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia desse século", escreveu a loja
"Existe 'heterofobia?' Está aí uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia desse século", escreveu a loja
Foto: Reprodução: X/litraooo

"Hoje foi a gota d'água. Fomos retaliados por um casal que não aceitou a nossa posição, a nossa opinião, e tem de fato feito comentários no nosso Instagram, dizendo que homofobia é crime", disseram os responsáveis pela loja em vídeo.

Ainda na terça-feira, 23, o ateliê Jurgenfeld informou nos stories do Instagram que a loja tem recebido mensagens ofensivas após a repercussão do caso. "Quem nos conhece, de fato, sabe que não se trata de homofobia ou qualquer tipo de preconceito, mas sim de princípios e valores."

Nos stories do Instagram, Henrique e Wagner informaram que foram até a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência por homofobia. Eles ainda disseram que iriam fazer outro online para colocar mais informações, uma vez que não sentiram abertura para fazer isso na polícia.

O Terra NÓS entrou em contato com o ateliê e não obteve retorno até o momento. O espaço segue aberto caso a empresa se manifeste.

LGBTfobia é crime. Saiba como denunciar 

LGBTfobia é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de LGBTfobia, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.

Saiba mais sobre como denunciar aqui

Fonte: Redação Nós
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