Caso Vini Jr: patrocinadores da LaLiga manifestam apoio ao brasileiro após novo caso de racismo
Puma e banco Santander repudiam insultos racistas direcionados ao atacante do Real Madrid em partida do Campeonato Espanhol, diante do Valencia, no domingo
A Puma e o banco Santander, patrocinadores da LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol), manifestaram apoio a Vinícius Junior após o jogador ser novamente alvo de insultos racistas durante uma partida da competição. O brasileiro foi chamado de macaco pela torcida do Valencia, no domingo, e ainda acabou expulso. O atacante do Real Madrid subiu o tom das reclamações, por meio das redes sociais, e o caso ganhou repercussão mundial.
Parceira da LaLiga desde 2019, a Puma afirmou que não tolera o racismo e condena qualquer forma de discriminação. "Nos solidarizamos com Vinicius Junior e toda a comunidade do futebol", disse a empresa de material esportivo alemã, em comunicado à Reuters. A marca, que também patrocina o Valencia, não comentou sobre uma possível retirada de apoio financeiro.
O Santander, por sua vez, disse que "repudia veementemente qualquer manifestação de preconceito ou racismo". A instituição financeira informou, em agosto do ano passado, que não renovará o contrato pelo naming rights da competição para a temporada 2023/24. A empresa de jogos eletrônicos EA Sports, que irá ocupar o lugar do banco, não se manifestou.
Além da EA Sports, outros patrocinadores da LaLiga ainda não se manifestaram sobre os casos de racismo contra Vinícius Junior. São eles: San Miguel, BKT, Sorare, Microsoft, Gol Ball, Socios.com, Golazos e Panini.
Entenda o caso
O brasileiro Vinicius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro por causa das ofensas.
Nos acréscimos da partida, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.
O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.
São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. "Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.
O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas."