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Caso Yanny Brena: Namorado tentou forjar suicídio de vereadora e se matou

A conclusão da polícia é de que Rickson Livio deu um 'mata-leão' nela e depois a colocou pendurada em uma corda.

24 mar 2023 - 14h57
(atualizado às 15h42)
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Com as análises da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), policiais chegaram à conclusão de que Rickson Lívio Pinto forjou o suicídio de Yanny Brena Alencar, vereadora pelo PL e presidente da Câmara de Juazeiro do Norte, enquanto ela ainda estava viva.

    No dia 03 de março, Yanny, de 26 anos, e seu namorado, Rickson, foram encontrados mortos. Segundo a Polícia Civil, o namorado deu um golpe "mata-leão" em Yanny e depois a colocou pendurada em uma corda ainda viva. Em seguida, ele se suicidou.

    "Ela foi subjugada antes de ser colocada na corda. Ou seja, foi primeiramente aplicado um mata-leão com extrema força, e ela foi colocada na corda ainda viva. Existem sinais vitais de que ela reagiu ainda viva no momento (em que era colocada na corda)", afirmou Júlio César Torres, perito geral do Ceará.

    "O laudo do médico legista indica que, como foi falado, houve uma agressão intensa contra a vítima antes da morte. Ela tem várias lesões internas e externas. Uma das mais características foi em uma região que caracterizou como 'mata-leão'", completou Torres.

    O perito também informou que o DNA de Rickson foi encontrado na corda que estava amarrada no corpo de Yanny.

    Motivação do crime

    Segundo Márcio Gutiérrez, delegado geral da Polícia Civil, a vereadora Yanny Brena Alencar foi morta porque o namorado não aceitava o fim do relacionamento. O delegado deu uma entrevista à TV Verdes Mares Cariri, afiliada da TV Globo, nesta quinta-feira (23).

    "A motivação, a Polícia Civil concluiu que era o fato que o Rickson não queria terminar. A Yanny já havia colocado um fim no relacionamento. Ele estava muito resistente, não queria aceitar o término da relação. Por isso, começaram a ocorrer alguns conflitos entre os dois. No dia anterior, há os primeiros indicativos de lesão contra a Yanny", disse o delegado geral da Polícia Civil.

    Gutiérrez também comentou a hipótese inicial da investigação, de que o caso teria sido um duplo suicídio, porém, foi descartada. De acordo com a Polícia Civil, Rickson matou Yanny com um golpe "mata-leão", que consiste em se posicionar nas costas da vítima e sufocá-la com os braços em volta do pescoço.

    "Os policiais se dirigiram ao local, que estava devidamente isolado. A Perícia Forense também foi ao local e, já de início, nas primeiras constatações, tanto pelos policiais civis, quanto pelos peritos, foi verificado que havia diversas inconsistências naquele suposto duplo suicídio. Então, a Polícia Civil começou a trabalhar com a hipótese de feminicídio seguido de suicídio, e todo o decorrer das investigações, as constatações e análises levaram realmente a essa conclusão", completou o delegado geral.

    Segundo as investigações, após Rickson Pinto Lucena aplicar o mata leão em Yanny, ele a levou para a sala do imóvel, onde ela foi colocada em "suspensão incompleta". A vítima ficou pendurada e amarrada por um objeto. Segundo Márcio Gutiérrez, o objetivo de Rickson naquele momento era simular um duplo suicídio.

    "Ela tinha agressões no rosto, no queixo, marca de violência nos braços, lesões de arrasto, indicando que ela foi puxada por ele. A própria Pefoce [Perícia Forense do Ceará] deixou isso no laudo de que ele empregou muita violência, compatível até com um acidente de veículo", explicou Gutiérrez.

    Com as investigações, foi descartada a possibilidade de haver uma terceira pessoa na casa. Além disso, a polícia afirmou que Rickson desligou as câmeras do interior do imóvel às 17h31 do dia 2 de março.

    Além de seus cargos políticos, Yanny também era médica. Já Rickson se intitulava como atleta de vaquejada, entretanto, não possuía uma ocupação fixa, segundo e as investigações. O casal estava junto desde 2020. A vereadora sofreu ferimentos no pescoço, no abdômen e teve unhas quebradas, indícios de luta corporal.

    Uma das amigas de Yanny contou, em depoimento à polícia, que ela já tinha expressado que não queria continuar pagando as despesas de Rickson: "Yanny relatou que não queria mais ficar pagando as contas de Rickson; que nunca dividia as despesas do casal, ela sempre arcava com tudo". Essa conversa com a amiga teria acontecido duas semanas antes das mortes.

     

    Além de seus cargos políticos, Yanny também era médica
    Além de seus cargos políticos, Yanny também era médica
    Foto: Acervo Pessoal / Perfil Brasil
    Perfil Brasil
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