Casos de stalking crescem 27% no Paraná; entenda o crime retratado na série Bebê Rena
Ao contrário da série, a maioria absoluta dos casos tem mulheres como vítimas
Foram necessários poucos dias para a série 'Bebê Rena' se tornar o mais novo fenômeno mundial na Netflix. Baseada na história do comediante Richard Gadd, a série alerta para o distorcido relacionamento, que parte de uma gentileza e logo se torna obsessão, de Martha contra o protagonista. No Brasil, o chamado stalking é crime desde 2021 e as estatísticas confirmam aumentos recorrentes de casos. De 2022 a 2023, por exemplo, os casos de perseguição cresceram 27% no Paraná. Por dia, 19 pessoas são vítimas do crime no estado.
De acordo com o artigo 147-A, do Código Penal, o stalking consiste em "perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade."
A pena prevista é de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos de prisão, além de multa.
Segundo a criminalista Sarah Magalhães Cruz, o crime é uma ação condicionada a representação.
"É necessário que a vítima represente contra o agressor. Desta forma, é contado seis meses após o conhecimento do autor do fato", explica.
Dados
No Paraná, 6.962 pessoas foram vítimas de stalking em 2023, contra 5.456 em 2022, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Ao contrário da série, porém, a maioria absoluta dos casos tem mulheres como vítimas.
O Anuário de Segurança Pública cita que o monitoramento desta modalidade criminal é fundamental, dado que o stalking é fator de risco para a ocorrência de feminicídios.
"Mesmo a perseguição no mundo digital tem sido apontada como fator de risco para a violência letal contra mulher, indicando que a tecnologia facilita o controle e uma violência onipresente contra a mulher", destaca o documento.