Catadora que passou faixa para Lula sofre ataques por ter fotos na Europa
Aline Sousa, de 33 anos, é presidente da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do DF
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A catadora de recicláveis Aline Sousa, que passou a faixa presidencial para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de posse no domingo, 1º, sofreu onda de ataques preconceituosos nas redes sociais por ter viajado à Europa.
Internautas escreveram mensagens em tom de crítica e deboche ao encontrarem imagens de uma viagem para a Itália no Instagram de Aline, de 33 anos, que é presidente da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop)."Entrega um currículo meu pra catar lixo e conseguir viajar pra Europa", escreveu um internauta "Ué, com que dinheiro ? De catadora de recicláveis???", criticou outro.
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Após a enxurrada de comentários em tom de deboche e acusações de ter mentido, Aline publicou vídeo na quarta-feira, 4, contando a sua trajetória e experiências no exterior, que geralmente envolvem intercâmbios para promover troca de experiências sobre reciclagem.
"A viagem também contou com a representação de catadores de outras centrais (...), e a nossa missão foi conhecer, se aprofundar nas metodologias e na implantação no sistema de Lixo Zero. No Brasil, a gente ainda está muito atrasado nesta questão do avanço e da valorização da reciclagem", explicou.
Segundo Aline, a viagem não foi paga por ela, mas realizada com apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), do Sindicato e Organização das Cooperativas do Distrito Federal, do Ministério do Desenvolvimento Regional e da deputada federal Bia Kicis (PL).
Além do vídeo, Aline também escreveu mensagem pedindo "mais amor e empatia", reforçando que seu trabalho a levou para lugares além das fronteiras do País. "A simples Catadora de Materiais Recicláveis, que cresceu com toda dificuldade, por conta do ofício e de toda representatividade alcançada, foi convidada a levar o conhecimento que temos aqui no Brasil e, também, aprender com outros países…Somos todos iguais e escolhemos onde e com que queremos trabalhar!Agora vou continuar lutando, dia após dia, POR TODOS OS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DO BRASIL! Porque nós merecemos trabalhar com dignidade, segurança, direitos… assim como qualquer outra classe trabalhadora!".
Assista ao vídeo!
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