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Cena de eutanásia em "The Last of Us" acende debate sobre morte de pessoas com deficiência

Psicóloga Priscila Siqueira, do perfil Vale PDC, publicou vídeo sobre o episódio "Long, Long Time"

28 fev 2023 - 13h49
(atualizado às 13h51)
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"The Last of Us", morte assistida foi ponto de partida de reflexão sobre morte de pessoas com deficiência
"The Last of Us", morte assistida foi ponto de partida de reflexão sobre morte de pessoas com deficiência
Foto: Divulgação HBO

A psicóloga e ativista Priscila Siqueira, do perfil Vale PCD, publicou nas redes do projeto um vídeo onde reflete sobre a morte de pessoas com deficiência a partir do terceiro episódio da série "The Last of Us", da HBO. 

Entitulado "Long, Long Time", o episódio foi muito bem avaliado por público e crítica por trazer uma narrativa com protagonistas gays mais velhos, com muita delicadeza e sensibilidade. Na trama, Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett) começam a se relacionar em meio a um apocalipse zumbi e décadas depois optam por uma morte assistida a partir da deteriorização da saúde de um deles. 

No vídeo, Priscila aponta: "Não dá para ignorar que o Frank pediu para morrer por conta da deficiência que ele adquiriu e por conta da dependência que ele estava sentido, né?". A interpretação gerou controvérsia nos comentários, pois não fica evidente tudo o que motiva a morte assistida, mas o apontamento feito pela profissional capta a essência de um debate importante. 

"A narrativa do capacitismo é alimentada com crenças de que vida com deficiências não são valiosas, ou seja, elas são descartáveis e dignas de pena", explica a psicóloga, que cita ainda o termo estadunidense, "bury your disabled", que em um tradução livre significa "enterre sua pessoa com deficiência". Essa expressão que é usada para se referir a tramas onde pessoas com deficiência optam pela morte assistida como uma forma de lidar com as limitações da deficiências. 

"Infelizmente, é muito romantizado na mídia, e até visto como algo bonito, dar uma morte digna para uma pessoa com deficiência porque imagina viver assim por mais um segundo", completa. 

Apocalipse zumbi e pandemia do Covid-19

Um outro ponto essencial no discurso de Priscila é a suposta falta de recursos para uma maior qualidade de vida do personagem, que tem mobilidade reduzida e dificuldades motoras. "Se a gente, pessoa com deficiência, não tem acesso ao cuidado ou aos recursos que a gente precisa a gente só deve morrer? Essa ideia não devia ser normalizada", aponta ela. 

Em um paralelo, a psicóloga cita como a falta de recursos é muito mais real do que se imagina e traz a pandemia do covid-19 como um exemplo de falta de acesso e cuidados onde pessoas com deficiência, mais propensas ao vírus, não tiveram o suporte necessário e que, até hoje, com a pandemia em um estágio menos avançado, muitas pessoas imunosuprimidas ainda são impedidas de circular pela falta de cuidado coletivo. 

Veja o vídeo completo:

Fonte: Redação Nós
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