CGU registra uma denúncia de assédio no governo por dia
Ministérios como Justiça; Mulher, Família e Direitos Humanos; e Educação são os 'campeões'
Denúncias de assédio sexual em ministérios e órgãos do governo federal atingiram volume recorde nos últimos sete anos. Somente em 2022, a média é de um caso por dia que chega ao conhecimento da Controladoria-Geral da União (CGU), informa reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira, 1º.
Em 2021, as denúncias cresceram 65,1% em relação ao ano passado, chegando 251, mas 2022 indica que baterá um novo recorde. O segundo semestre deste ano mal começou e já são 214 casos - o dobro comparado ao mesmo período do ano anterior.
As denúncias envolvem desde ministérios do governo até órgãos subsidiários, como universidades, mas não incluem algumas estatais como Petrobras e a Caixa Econômica Federal, que nesta semana destacou-se nos noticiários após a renúncia do então presidente Pedro Guimarães por suspeitas de assédio sexual e moral.
As pastas que mais registraram denúncias foram a da Justiça e Segurança Pública (31), Mulher, Família e Direitos Humanos (23) e Educação (18). Os casos atingem até mesmo servidores da Presidência da República, com quatro casos de assédio sexual recebidos pela GCU.
Entre as ocorrências registradas de 2019 a 2022, 12,5% foram arquivadas por falta de provas. Não se sabe quais dos casos tiveram solução, já que isso depende da investigação de cada caso após distribuição entre corregedorias e órgãos como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
O Palácio do Planalto não respondeu aos pedidos de contato. Já o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos se pronunciou e disse que os dados da CGU incluem denúncias registradas pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, “que trata os casos que não estão restritos à estrutura deste ministério”.