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Chef indígena fatura R$ 40 mil por mês com restaurante na Amazônia: "Quero fazer diferente"

Neurilene Cruz, da etnia Kambeba, comanda o Sumimi, que atende apenas por reserva e acomoda até 100 pessoas

25 out 2024 - 11h21
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Um dos pratos mais famosos do restaurante é o faní, feito de mandioca recheada com pirarucu
Um dos pratos mais famosos do restaurante é o faní, feito de mandioca recheada com pirarucu
Foto: Reprodução: Instagram/neurilene_cruz

A indígena Neurilene Cruz, 40 anos, encontrou no empreendedorismo uma forma de preservar sua cultura e fortalecer a comunidade onde vive. Incentivada pelo pai, Waldemar da Silva, líder da comunidade indigena Três Unidos, assumiu o desafio de abrir um restaurante que valorizasse os ingredientes locais.

“A culinária indígena tem vários lugares hoje, já que ela é muito mostrada, mas por pessoas que não são indígenas. Eu quero fazer diferente, quero mostrar a alimentação feita pelas minhas mãos, pela minha origem, pela minha cultura”, disse Neurilene Cruz, chef indígena da etnia Kambeba, em entrevista ao Terra NÓS.

Um dos maiores desafios que Neurilene encontrou foi o machismo, que está presente em todos os recortes. “Sempre teve aquilo de que a mulher foi feita para cuidar do marido e da casa, e não para liderar um empreendimento dentro de sua própria aldeia. Ouvi falar que mulher não consegue comandar e que não é capaz, principalmente mulheres indígenas, porque fomos educadas para casar, cuidar do marido, dos filhos e da casa, e não para ser uma empreendedora".

Restaurante Sumimi

O restaurante de Neurilene, Sumimi, nasceu para atender uma demanda local durante a construção de uma escola na região. O arquiteto responsável percebeu a necessidade de um local de alimentação para os trabalhadores.

Ele investiu R$ 5 mil reais para iniciar o projeto e, em poucos meses, o valor já havia sido quitado com o lucro do estabelecimento, que seguiu em expansão. Com foco na culinária local, o Sumimi utiliza peixes como tambaqui e pacu, além de temperos regionais como urucum e cipó-alho. Os pratos custam entre R$ 40 e R$ 60 reais.

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Um dos pratos mais famosos do estabelecimento é o faní, feito de mandioca recheada com pirarucu, item co cardápio que rendeu um prêmio de culinária para Neurilene em 2016. “É um prato muito especial, porque é tradicional, um prato da minha cultura, da minha avó. É uma alimentação saudável tirada da própria natureza, dos nossos próprios rios”.

Com o reconhecimento do prato e do estabelecimento, o restaurante conseguiu alcançar um faturamento de R$ 40 mil reais por mês. Atualmente, o Sumimi atende apenas por reserva e acomoda até 100 pessoas.

“Consegui esse faturamento através de grupos, de conhecidos, do conhecimento também, e sempre dando o melhor para os nossos clientes. O empreendedorismo é isso, você gostar do que faz, dar o melhor para o seu cliente para que atraia mais pessoas”.

Fonte: Redação Nós
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