Cidade de Verona derruba moções homofóbicas após 27 anos
A decisão é tomada após o ex-jogador Damiano Tommasi tomar posse como novo prefeito e colocar fim ao governo de direita
Tradicionalmente um reduto conservador, a cidade de Verona, no norte da Itália, derrubou uma moção que revoga dois documentos considerados homofóbicos, os quais desde 1995 impediam a aprovação de medidas que equiparavam famílias heterossexuais a casas homossexuais.
A decisão é tomada após o ex-jogador da Roma e da seleção da Itália Damiano Tommasi, apoiado por uma coalizão de centro-esquerda, tomar posse em junho passado como novo prefeito de Verona, uma das cidades mais importantes do norte do país, e colocar fim ao governo de direita.
Ontem (17), o conselho municipal encerrou diversos documentos sobre a comunidade LGBTQIA+ porque sancionaram que a cidade de "Romeu e Julieta" "rejeitou as resoluções europeias sobre a igual dignidade das pessoas com diferentes orientações sexuais e gênero e destacou que a única família possível seria a tradicional".
As moções remontam à primeira gestão da prefeita Michela Sironi e são consideradas discriminatórias porque, na verdade, rejeitavam os direitos civis dos homossexuais, embora o prefeito Flavio Tosi posteriormente tenha instituído o registro de casais em 2015.
Desta forma, após 27 anos e repetidas tentativas de anular os documentos negadas, a câmara aprovou as moções apresentadas pela vereadora da Esquerda Cívica Ecologista, Jessica Veronica Cugini, com 21 votos da ala progressista do plenário, enquanto os vereadores da oposição, os partidos de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), o ultranacionalista Liga e o conservador Força Itália (FI), deixaram a sessão em protesto.
Em comunicado, Cugini afirmou que derrubar essas moções "não é uma visão, mas um ato democrático que se espera há muito tempo na cidade".
"Como administradores, temos o dever de garantir com nossas ações igualdade de dignidade e oportunidades a todos os cidadãos de Verona, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero, credo, pertencimento cultural ou origem geográfica", concluiu.