Como funciona o curso de Licenciatura Indígena
Recentemente, 42 indígenas da etnia ianomâmi concluíram o curso em Licenciatura Indígena na Universidade Federal do Amazonas
Com certeza você já deve ter visto por aí licenciatura em História, Geografia e Biologia. Mas, e Licenciatura Indígena, já ouviu falar? No último dia 25, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) realizou uma cerimônia de formatura de 42 indígenas da etnia ianomâmi que concluíram o curso em Licenciatura Indígena: Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável. O fato virou notícia e despertou o interesse pelo tema.
Atualmente, existem mais de 20 cursos de licenciatura indígena no Brasil ofertados pelas universidades públicas. Além de distintos entre si, seguindo grades curriculares específicas de cada universidade, os cursos de Licenciatura Indígena respeitam as diferenças interculturais e territoriais de cada etnia.
Na UFAM, por exemplo, a Licenciatura Indígena é um curso regular com duração de 4 anos (3.550 horas) e ingresso bienal. A finalidade do curso é promover a formação de professores pesquisadores com uma preparação prática, teórica e metodológica, por meio do pensamento crítico e reflexivo, para atuarem nas escolas da região, respeitando a diversidade cultural e linguística.
A forma de ingresso ocorre por meio de seleção anual, de forma gratuita e composta por duas etapas: escrita e oral. Na etapa escrita o candidato precisa elaborar um texto em uma das línguas indígenas co-oficiais (Nheengatu, Baniwa e Tukano) ou não co-oficial. É nessa etapa que o aluno demonstrará seu conhecimento sobre a educação escolar indígena e a experiência educacional.
Já a etapa oral consiste em uma entrevista em que o candidato deverá demonstrar proficiência na língua de trabalho do polo/turma em que será estudante.
No curso de Licenciatura Indígena da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul algumas das disciplinas que compõem a grade curricular são: Educação das Relações Étnico-raciais, Estudo de Libras, Fundamentos da Educação Escolar Indígena e História Indígena.
O curso é custeado pelo Ministério da Educação, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai).