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Comunidade LGBT cita "medos muito reais" após vitória da extrema-direita na Itália

Em junho, uma pesquisa mostrou que 63% dos italianos apoiam os direitos matrimoniais para homossexuais

27 set 2022 - 16h07
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Líder de ultradireita Giorgia Meloni é a primeira mulher a governar a Itália
Líder de ultradireita Giorgia Meloni é a primeira mulher a governar a Itália
Foto: Reuters

A comunidade LGBT tem "medos muito reais" depois que um bloco conservador dominado pela extrema-direita venceu as eleições parlamentares da Itália, disse um importante ativista dos direitos dos homossexuais à Reuters.

O grupo nacionalista Irmãos da Itália, liderado por Giorgia Meloni, emergiu como o maior partido na votação e liderará o governo mais à direita de Roma desde a Segunda Guerra Mundial.

"Infelizmente, há medos muito reais" sobre uma erosão dos direitos civis sob o novo governo, disse Fabrizio Marrazzo, do Partido Gay.

Meloni é aliada da Liga, outra força de extrema-direita liderada por Matteo Salvini, e do conservador Força Itália, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

"A Liga e em parte os Irmãos da Itália têm em seus manifestos coisas bastante negativas para nossa comunidade, como enfatizar a importância de proteger apenas a família tradicional", disse Marrazzo.

Meloni, de 45 anos, foi criada por uma mãe solteira, não é casada e tem uma filha. Ela se apresenta como defensora dos valores cristãos e inimiga do que chama de "ideologia de gênero" e do "lobby LGBT".

Ao explicar sua oposição aos direitos dos pais homossexuais, ela disse que "crianças sem sorte" que estão para adoção "merecem o melhor", ou seja, um pai e uma mãe.

Meloni negou sugestões de que sua visão socialmente conservadora se estenderá a minar ou abolir a legislação italiana existente sobre direitos ao aborto ou parcerias entre pessoas do mesmo sexo.

Marrazzo disse que pode se tornar mais difícil executar programas sobre discriminação LGBT nas escolas e disse que houve um aumento no passado de ataques homofóbicos em cidades e regiões italianas com administrações de direita.

Em junho, uma pesquisa da Ipsos mostrou que 63% dos italianos apoiam os direitos matrimoniais para homossexuais, um aumento de 15 pontos percentuais em relação a 2013, e 59% são a favor de adoções por homossexuais, um aumento de 17 pontos sobre nove anos atrás.

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