Cúpula da ONU sobre Situação da Mulher é iniciada com discursos de cinco homens
Na Sessão, a ativista indiana Chetna Gala Sinha e a ministra brasileira das Mulheres, Cida Gonçalves, também discursaram
A ONU sediou, em Nova York, um evento global para mulheres que teve o discurso de cinco homens antes da primeira mulher ter espaço para falar.
Na cidade de Nova York, Estados Unidos, a Organização das Nações Unidades (ONU) sediou um importante evento global focado nas mulheres, a 68ª da Comissão sobre a Situação da Mulher, no qual os discursos foram abertos predominantemente por homens.
Segundo o colunista Jamil Chade, do UOL, o primeiro orador foi o presidente da comissão, o filipino Antonio Manoel Revilla, enfatizando o “empoderamento das mulheres” como ponto central.
Nas declarações feitas, o presidente da comissão também destacou a nomeação da Arábia Saudita para ocupar uma posição em um dos comitês da organização. Apesar dos avanços do país, a Arábia Saudita ainda mantém a prática da tutela masculina sobre os direitos das mulheres, precisando da permissão de um homem para realizar determinadas atividades.
Após seu discurso, o secretário-geral da ONU António Guterres destacou a preocupação com a queda do número de mulheres ocupando posições de liderança em todo o mundo, observando a ausência feminina nas conversas para resolver conflitos em países como Etiópia e Sudão.
Conforme relatado pelo colunista Jamil Chade, António disse ainda que a representação das mulheres no sistema da ONU atingiu um patamar nunca visto antes.
O discurso do secretário-geral foi seguido por mais dois homens: Dennis Francis, presidente da Assembleia Geral da ONU, abordou a questão da pobreza extrema enfrentada pelas mulheres, enquanto Ivan Simonovic, da Croácia, substituiu a presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Paula Ojeda.
Logo depois, Achim Steiner, administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento, expressou pesar por ser mais um homem a discursar no evento. Apenas depois dos cinco oradores, foi a vez da primeira mulher falar, a ativista indiana Chetna Gala Sinha, aclamada na cúpula.
Quem também discursou no evento foi Cida Gonçalves, ministra das Mulheres do Brasil, que enfatizou a importância do fortalecimento institucional para promover a igualdade de gênero, o combate à pobreza e à violência, e o papel fundamental das mulheres na prevenção, negociação e resolução de conflitos.