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Daniel Alves: defesa questiona provas em recurso e aponta ‘elementos de distorção narrativa’

De acordo com jornal, recurso apresentado contra prisão de jogador põe em dúvida relação entre provas e depoimento da possível vítima

1 fev 2023 - 09h38
(atualizado às 09h39)
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O recurso apresentado na segunda-feira pela defesa de Daniel Alves contra a prisão preventiva do jogador sustenta que provas apresentadas não atestam de forma inquestionável o depoimento da possível vítima de agressão sexual e sugere que há elementos para crer que a história pode estar distorcida.

De acordo com publicação do jornal La Vanguardia, o advogado Cristóbel Martell se dedica de forma mais contundente a dar garantias de que Daniel Alves não deixará a Espanha e se apresentará à Justiça sempre que for requisitado. No entanto, como dito pelo próprio advogado em entrevista ao Programa de Ana Rosa, do Telecinco, a defesa indica, de maneira mais superficial, como se dará a defesa do jogador quanto à acusação de agressão sexual.

De maneira pontual, a defesa de Daniel Alves questiona alguns indícios, recolhidos pelos Mossos d’Esquadra (polícia catalã) e que foram usados na determinação da prisão do jogador. Entre os elementos citados estão imagens de câmeras de segurança, que entrariam em conflito com o depoimento da possível vítima.

Daniel Alves durante partida da seleção brasileira na Copa do Mundo, em Doha, Catar
Daniel Alves durante partida da seleção brasileira na Copa do Mundo, em Doha, Catar
Foto: Reuters

As imagens mostrariam que Daniel Alves entrou no lavabo, onde teria ocorrido o estupro, dois minutos antes da vítima. Segundo a defesa, a mulher de 23 anos, depois de conversar com amigos e com um garçom, vai ao lavabo e entra, sem qualquer ajuda de Daniel Alves.

As alegações dos advogados do lateral-direito ainda sustentam que seu cliente está diante de um cenário em que há espaço para questionar as provas, dados os “não tão evidentes, contundentes e devastadores” elementos utilizados no pedido de prisão. A defesa argumenta ainda que há dúvidas se o relato da vítima sobre o que aconteceu entre o casal no banheiro também poderia estar “adornado de elementos idênticos de distorção narrativa.”

Outro componente que a defesa contesta é sobre o cenário descrito pela vítima. Segundo o advogado de Daniel Alves, as gravações desmentiriam “do modo mais radical o clima de terror e pavor” afirmado pela vítima de 23 anos.

CASO DANIEL ALVES

A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.

A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa “Y Ahora Sonsoles”, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.

O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.

Estadão
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