Daniel Alves está ‘magro e abatido’ e é xingado por detentos em presídio: ‘Estuprador’
Jogador diz que houve consentimento e nega crime a outros presos
Daniel Alves, preso desde janeiro acusado do estupro de uma jovem em uma boate de Barcelona no ano passado, é alvo de ataques de outros detentos do Brians II. Um ex-presidiário da unidade contou a uma rádio espanhola que o brasileiro sai pouco de sua cela, e que é xingado pelos outros.
Segundo o jornal O Globo, o ex-colega de prisão de Daniel Alves disse que o jogador estaria "mais magro e abatido". Ele também contou que Alves só sai para ir à enfermaria, onde pode assistir televisão.
“Tem gente mal-educada no refeitório, onde todo mundo está comendo, e batem no vidro [gritando]: 'Seu v****! Estuprador!'”, relatou. O ex-detento disse que o jogador às vezes parece triste, mas que possui privilégios na prisão.
Nas poucas conversas que teve com outros presos, o lateral teria sempre defendido sua inocência. “Foi tudo consentido. [foi] Uma noite de festa”, relata o ex-detento sobre os argumentos do brasileiro.
O homem relatou que Daniel Alves não recebe um cardápio diferente dos demais, e que uma maneira encontrada pelo jogador para se divertir foi organizar partidas de futebol dentro do Brians II.
“Ele não sai. Ele só sai para o centro esportivo quando joga contra outro módulo. Se não, ele fica lá no módulo ou senta lá na enfermaria, onde a TV está ligada, para ver TV”, disse.
Novo depoimento
Daniel Alves prestou um novo depoimento à Justiça da Espanha na última semana, em que afirmou que a relação sexual com a vítima que o acusa de estupro teria sido consensual. Ele está preso desde 20 de janeiro por suspeita de estupro contra uma jovem de 23 anos na boate Sutton, em Barcelona. O crime teria ocorrido em 30 de dezembro de 2022.
De acordo com a imprensa espanhola, o jogador de futebol disse ser "respeitoso" na relação com mulheres e que não toma iniciativa se não perceber "tensão sexual" e uma clara predisposição. O jogador também afirmou que tudo o que aconteceu dentro do banheiro da boate foi um "ato livre e voluntário", que ele e a jovem fizeram amor e acusadora "nunca disse para parar".
Sobre a acusação, ele disse acreditar que a vítima se sentiu "ofendida ou irritada" pelo fato dele ter pedido para saírem separados e discretos, e também porque não foi atencioso ou carinhoso com ela.
A declaração contradiz a versão da vítima e as evidências coletadas pela polícia. Após sair de ambulância da boate e ser levada a um hospital para exames, o relatório apontou que a mulher sofreu ferimentos leves compatíveis com a "luta" que teria travado com Alves para não se sujeitar ao ato sexual.
A ficha médica indicou que dentre as lesões encontradas está uma pequena equimose no joelho. Trata-se de uma mancha roxa causada por um sangramento em que ocorre a infiltração do sangue na pele. Isso se dá devido à ruptura de alguns vasos sanguíneos.
O machucado corrobora com a narrativa descrita pela jovem. Em sua versão, ela destacou que Daniel Alves a "agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei o joelho".