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Daniel Alves: polícia encontra sete impressões digitais de suposta vítima em banheiro de boate

De acordo com jornal espanhol, posições das impressões digitais corroboram com depoimento da mulher que acusa jogador brasileiro

27 jan 2023 - 19h37
(atualizado às 19h43)
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Foto: Amanda Perobelli / Reuters

A polícia catalã segue coletando provas para o processo contra Daniel Alves, acusado de agressão sexual contra uma mulher de 23 anos em Barcelona. De acordo com o jornal El Periódico, investigadores encontraram sete impressões digitais da suposta vítima no banheiro da casa noturna Sutton, em que teria acontecido o estupro. O atleta nega as acusações.

Ainda segundo o veículo espanhol, o lugar e as posições em que as impressões digitais foram encontradas serão decisivas para o andamento do processo investigativo, a fim de esclarecer o que houve no lavabo da discoteca entre na madrugada do dia 30 para o dia 31 de dezembro.

Normalmente, a busca por impressões digitais tem como objetivo identificar quem esteve no local. Neste caso, porém, a defesa e a acusações confirmam que estiveram no banheiro. Desse modo, a investigação quer revelar se de fato as descrições da violência se encaixam com a cena.

As posições das impressões digitais corroboram com a versão declarada e repetida, sem recuos, pela vítima em seus depoimentos à justiça. Em contrapartida, Daniel Alves teria entrado em contradição em cada um dos depoimentos. Uma das justificativas da defesa para tal é que o jogador queria esconder da mulher sua infidelidade.

Os advogados de Daniel Alves pretendem entrar com recurso contra a prisão preventiva até a próxima segunda-feira. A intenção é que o jogador, que está preso há uma semana, possa deixar a cadeia, usando uma espécie de "pulseira eletrônica", entregando o passaporte e comparecendo em juízo toda vez que for requisitado.

CASO DANIEL ALVES

A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.

A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.

O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.

A defesa de Daniel Alves, encabeçada pelo advogado Cristóbal Martell, tem até terça-feira, 31, para apresentar recurso na 15ª Vara do Barcelona e pedir a soltura provisória do cliente.

O prazo foi estendido para dar tempo à nova equipe de advogados para revisar o caso que eles assumiram nesta quarta-feira no tribunal. O recurso é mais uma etapa de um processo complexo em que a nova defesa do brasileiro tentará redesenhar a estratégia.

Estadão
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