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De proibições a pioneirismo: curiosidades do futebol feminino no Brasil

Sim, já houve uma lei no país que proibia mulheres de jogar futebol e ela valeu até bem pouco tempo atrás

17 jul 2023 - 05h00
(atualizado às 16h25)
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Até 1979, mulheres eram proibidas de jogar futebol no Brasil
Até 1979, mulheres eram proibidas de jogar futebol no Brasil
Foto: Divulgação/Twittter/@selecaofeminina/WilliamAnacleto/CBF

Foram mais de quatro décadas com as mulheres sendo proibidas de jogar futebol no Brasil. O impedimento se deu em 1941 pelo Decreto-Lei  nº3.199, durante o Estado Novo, período em que Getúlio Vargas governou o Brasil. As mullheres foram proibidas de praticar esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”.

Um trecho da matéria do jornal carioca "A Batalha", publicada em 23 de Junho de 1940, meses antes do decreto-lei nº de 1941, apontava: "Impedido pela polícia o futebol feminino: ordem e organização, os imperativos exigidos pelas nossas autoridades, para realização das partidadas entre moças" . O material pode ser consultado no Centro de Referência do Futebol Brasileiro. 

Foto: Fundação Biblioteca Museu do Futebol / Nacional - Brasil | Jornal A Batalha (RJ)

Na época, era função do Conselho Nacional de Desportos (CND) a regulamentação do decreto, que passou a citar expressamente o futebol como proibido para mulheres em 1965. Até então, não existia uma proibição nominal ao esporte. 

A lei original foi revogada em 1979, mas os campeonatos oficiais começaram somente em 1983, quando a modalidade foi regulamentada. Cabe destacar que, até o ano da proibição, os homens já haviam participado de 11 Copas do Mundo e ganhado três títulos mundiais: em 1958, 1962 e 1970.

Copa do Mundo

Segundo o Museu do Futebol, localizado em São Paulo e uma grande referência no esporte, exatos 61 anos separam a estreia do Mundial masculino, em 1930, da primeira edição oficial feminina em 1991. E o campeonato só aconteceu graças a muito esforço.

"1988, quando foi realizado o Torneio Experimental na China, o primeiro passo para que a FIFA fosse convencida a organizar o mundial entre seleções de mulheres. A competição, no entanto, não foi televisionada, ocorreu sob muita precariedade para a Seleção Brasileira e é pouco conhecida até hoje", explica o site do Museu.

"Com o sucesso do torneio, a FIFA enfim iniciou o planejamento para a 1ª edição oficial da Copa do Mundo, que aconteceu em 1991, também em solo chinês", completa.  

Segundo o Museu, que está em cartaz com a exposição "Rainhas de Copas" para celebrar o futebol feminino, "Copa de mulheres sempre foi marcada por reivindicações em campo, já que as condições dadas às jogadoras sempre foram muito inferiores às dos torneios masculinos", lembrando que até 2015 a Seleção Feminina não tinha um uniforme próprio e jogava com modelos adaptados do time masculino.  

Pioneiras 

A exposição retoma também a história das mulheres na arbritragem no jogos de futebol. A brasileira Léa Campos foi a primeira mulher do mundo a se tornar árbitra, em 1967. Ela chegou a enfrentar a ditadura militar do país para seguir na profissão. 

"Se eu tentasse jogar, seria quase impossível conseguir apoio para a causa, já que era contra a lei naquela época, mas ser árbitra era uma forma de entrar no jogo. Não havia nada específico na legislação contra isso. As mulheres foram proibidas de chutar a bola, mas a lei não mencionava soprar apitos" contou ela em uma entrevista para BBC Sport no começo de 2022. 

Além de Léa, o Brasil teve outra pioneira no esporte. Edina Alves Batista foi a primeira mulher a apitar um jogo masculino profissional da FIFA em 2021. 

Fonte: Redação Nós
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